A partir da leitura dos textos motivadores
seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação,
redija texto um dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa
sobre o tema SOCIEDADE ONLINE: A
INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL DO SÉCULO XXI, apresentando proposta
de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
TEXTO 1
Da pedra lascada à Internet
O desenvolvimento da comunicação começou devagar
A humanidade demorou para evoluir em suas formas de
comunicação. Antes de inventar a escrita, passamos milhares de anos usando
basicamente gestos e grunhidos. Até a fala custou a aparecer; quando ela começou
a ser desenvolvida, as pinturas rupestres já existiam.
Em compensação, depois disso, tudo se acelerou. Na base
da conversa, começamos a trocar conhecimentos, principalmente de caráter
mitológico e religioso. A escrita não demorou a surgir, como uma forma de
registro do sonoro. No século 8 a.C., os poemas gregos Ilíada e Odisséia foram
escritos a partir de relatos orais.
Da linguagem escrita em diante, começamos a aplicar a
tecnologia à comunicação. Nas últimas décadas, chegamos ao ponto em que um único
emissor transmite sua mensagem para milhões de pessoas - é o caso do rádio e da
televisão. Temos à disposição telefones fixos, celulares e internet. E o futuro
promete.
TEXTO 2
Evolução da comunicação
Evolução da comunicação
3800
a.C. - desenhos livres
Enquanto o homem não sabia falar, do jeito como fazemos
hoje, valia fazer desenhos em cavernas a partir de pigmentos de argila,
hematita e carvão vegetal. A motivação das pinturas não era clara, mas
certamente elas transmitiam conhecimento.
3200 a.C. - Primeiras letras
Os sumérios criaram alfabetos formados por figuras que
representam objetos do cotidiano. Com a sistematização desse tipo de desenhos,
os fenícios também desenvolveram um modelo de escrita. Acabava a Pré-História,
e a comunicação começava a evoluir bem mais rápido.
3000 a.C. - Telégrafo de fogo
Surgia o sinal de fumaça, uma maneira de informar à
distância. Indígenas americanos foram os primeiros a usar os sinais, que
seguiam um princípio depois adotado nos telégrafos: um cobertor abafava o fogo
e soltava a fumaça em intervalos regulares.
550 a.C. - Cartas a galope
O tataravô do correio atual nasceu com Ciro II, rei da
Pérsia, que desenvolveu um sistema de postos de parada para os homens que
levavam cartas a cavalo. Essa estrutura permitia que uma correspondência
viajasse 2500 quilômetros com segurança.
1455 - Livros em série
Para a mídia surgir e facilitar o acesso à informação,
foi necessário que Johannes Gutenberg melhorasse a impressão, que existia havia
14 séculos na China. Sua sacada foi criar uma forma com letras independentes.
1837 - Contatos imediatos
1837 - Contatos imediatos
O americano Samuel Morse (1791-1872) criava o telégrafo.
Ele queria um jeito de trocar mensagens que o governo americano não entendesse.
Em 1835, ele tinha inventado o Código Morse, que seria fundamental para a
navegação e para a aviação.
1876 - Fala que eu escuto
O escocês Alexander Graham Bell (1847-1922) patenteava
nos Estados Unidos seu aparelho de telefone. Há quem diga que o italiano
Antonio Meucci (1808-1889) teria desenvolvido seu protótipo antes, mas foi Bell
que o popularizou.
1893 - Ondas sonoras
1893 - Ondas sonoras
Aparecia o rádio, atribuído ao italiano Guglielmo Marconi
(1874-1937). No futuro, o croata Nikola Tesla (1856-1943) ganharia o crédito,
porque a invenção de Marconi usava 19 patentes suas. Os primeiros aparelhos
transmitiam Código Morse. A emissão de voz só começaria em 1918.
1929 - Imagens na sala
O cientista russo Vladimir Zworykin (1889-1982)
apresentava o kinoscópio, o precursor da televisão. Vários desenvolvimentos
posteriores do aparelho de Zworykin levariam à industrialização e à
disseminação da TV, acelerada a partir de 1945.
1960 - Balão espacial
Lançado pelos Estados Unidos, o primeiro satélite
refletia sinais enviados a partir da Terra. Batizado de Echo 1, o aparelho
consistia em um balão de náilon de 30 metros de diâmetro, visível a olho nu em
vários pontos do globo.
1994
– Sociedade online
O governo americano liberava a circulação da World Wide
Web, uma versão civil do sistema de troca de informações entre as redes de
computadores militares. Em 1995, a internet já tinha 16 milhões de usuários.
Atualmente, são 1,5 bilhão.
TEXTO 3
TEXTO 4
A influência das redes sociais na
atualidade
Atualmente, com a
popularização e a democratização ao acesso nas redes sociais, as sociedades de
diversos países se organizam por meio da internet. As redes sociais - que antes
eram apenas meios de entretenimento e diversão - hoje, ganham força para
protestos, coberturas de conflitos, guerras, assuntos polêmicos, conflitos
étnicos, manifestações, encontros, relacionamento e informação.
Quando se fala em
internet é tudo muito rápido, mas também perigoso. Um dos grandes problemas da
influência das redes sociais na atualidade é a dependência, esquece-se, por
exemplo, de se conviver de uma maneira plena, tendo assim duas vidas: uma real
e uma virtual.
Em uma pesquisa
realizada pela Universidade de Maryland, nos EUA, em 2015, foram deixados mil
estudantes universitários de 37 países sem acesso à internet e a outros meios
de comunicação durante 24 horas. Ao fim deste período de tempo, cerca de 20%
dos estudantes demonstraram uma espécie de síndrome de abstinência tecnológica,
e descreveram alguns sentimentos que sentiram como 'desespero', 'vazio' e
'ansiedade'. Ou seja, o uso excessivo das redes sociais já se tornou nocivo e
viciante como uma droga.
As interações
reais, as conversas “olho no olho” são a cada dia menos comuns; enquanto a
solidão, o egocentrismo, a carência, o narcisismo, o individualismo são
crescentes, o que nos faz questionar se tais avanços tecnológicos são realmente
uma evolução. Claramente, há o lado negro do território das redes sociais que
têm nos trazido inúmeros prejuízos: a falta de segurança e privacidade, a
vulgarização do bullying, a pedofilia, a pornografia, o excesso de marketing, a
disseminação de informações inúteis, a desvalorização da língua portuguesa, a
falta de incentivo ao estudo e à leitura. Como diria um velho e sábio ditado: “a diferença entre o veneno e o remédio é só
a dose”
Olá, amados!!! Hoje, vamos potencializar a competência IV, responsável
pela articulação e pela progressão textuais. Lembremo-nos de que, para
chegarmos ao nível máximo nessa competência, não nos basta somente
concatenarmos as partes constituintes do texto, mas também, nessa “costura”, é
imprescindível que usemos um repertório diversificado de conectores e de articuladores.
Da talha
ao clique
O processo comunicativo sempre influenciou a
história da humanidade. Desde
as primeiras formas de comunicação no Paleolítico, através das pinturas
rupestres, passando pela invenção da escrita ao final da Pré-história, o homem vem buscando a
expressão como forma de sociabilidade. Hoje, a comunicação ainda intermeia as relações
humanas. A diferença? A tecnologia, milênios depois dos primeiros resquícios de interação social,
tornou o homem dependente dentro de uma sociedade influenciada, cada vez mais,
pelo elemento virtual.
É relevante salientar, dentro desse contexto, que a Era da
informação começou a
partir do século 20, com o advento do rádio e, duas décadas depois, com o surgimento da
TV. Isso posto, as
sociedades modernas passaram a desenvolver uma certa relação de subordinação e
de sujeição no que concerne aos meios de comunicação. Em adição a esse emblema, ao final dos anos 60, à época da
Guerra fria, surge a internet, como forma de comunicação bélica,
voltada, exclusivamente, para fins militares.
Em contraponto, o fim do período
entre guerras tornou essa nova forma de comunicação acessível à população
civil, nascia, a partir
dos anos 70, a Era da tecnologia, tornando as relações humanas mais
céleres, no entanto,
mais “frias”, transformando a sociedade moderna numa sociedade online. Logo, o mundo, hoje, é um imbricamento
de elementos reais com elementos virtuais, este, muitas vezes, danoso e prejudicial às
relações face a face, haja
vista a internet não ser apenas um ambiente de informação e de
entretenimento, mas,
corriqueiramente, apresentar-se como cenário para a disseminação de ideologias
segregárias e de apologia a causas pouco ortodoxas, além de ter contribuído
para o aumento exponencial da prática de crimes como pedofilia e injúria
racial.
Far-se-á, portanto, imprescindível que o Governo brasileiro
efetive na prática a Lei do Marco civil, cobrando das esferas responsáveis o
cumprimento dos artigos os
quais coíbem as práticas que infringem as normas no contexto virtual. Ademais, seria de
fundamental importância que
o Ministério das comunicações propagasse campanhas publicitárias, nos meios de
mídia, como forma de esclarecer a população sobre os perigos do uso excessivo
e/ou distorcido da internet, por meio, principalmente, de propagandas e de
anúncios educativos. Cabe à sociedade civil, por sua vez, o papel cidadão de denunciar toda e
qualquer forma de abuso às delegacias de crimes digitais, a fim de que, do
Paleolítico à sociedade online, não se “evolua” para uma sociedade sem lei.
COESÃO: mecanismos linguísticos de
articulação entre as ideias
A
ordem das palavras no período, as marcas de gênero e de número (concordância),
as preposições, os pronomes pessoais, os tempos verbais, os conectivos
funcionam no texto como elos coesivos. Cada um desses elementos estabelece
conexões e ligações, articulando as ideias, e permitindo a progressão do texto
em direção à comprovação da tese que se visa defender, ou seja, a estrutura das
frases contribui para criar coesão entre os constituintes de um texto.
Além dessas formas sistemáticas de ligação
entre palavras, existem quatro outras estratégias de coesão, que dependem das
escolhas estilísticas do redator: referencial,
lexical, por elipse e por
substituição.
A coesão referencial se constrói
pela menção de elementos que já apareceram, ou vão aparecer, no próprio texto.
Para a efetivação dessas remissões, são empregados pronomes pessoais,
possessivos, demonstrativos ou expressões adverbiais que indicam localização (anteriormente,
posteriormente, onde etc.).
Esses recursos tanto podem se referir, por antecipação, a elementos que serão
citados na sequência do texto (catáfora), quanto podem retomar, como no exemplo
a seguir, elementos já citados no texto ou que são facilmente identificáveis
pelo leitor (anáfora):
A sociedade civil deve pôr em prática sua
função cidadã. Ela é responsável
pela punição, através de denúncias, daqueles que infringem as leis na esfera
virtual (coesão referencial anafórica)
A manutenção da unidade temática do texto,
que exige certa carga de redundância, está na base da coesão lexical. Assim, pode-se estabelecer uma corrente de
significados retomando-se as mesmas ideias e partes de ideias por meio de
diferentes termos e expressões. Essa cadeia é formada pela reutilização de
palavras, pelo uso de sinônimos, pelo emprego de expressões equivalentes para
substituir termos já usados, ou para identificar ou nomear elementos que já
apareceram no texto, como no seguinte exemplo:
A dependência virtual é causada por inúmeros
fatores, dentre eles, a falta de interação face a face. Essa subordinação é também responsável por uma série de comportamentos
prejudiciais à sociabilidade dos indivíduos (coesão lexical)
A estrutura dos períodos na língua
portuguesa, por sua vez, permite a omissão de elementos facilmente
identificáveis ou que já tenham sido citados anteriormente, estratégia
denominada coesão por elipse.
Algumas vezes, essa omissão é marcada por uma vírgula. Pronomes, verbos, nomes
e frases inteiras podem estar implícitos. O trecho, a seguir, constitui exemplo
de omissão de sujeito da oração.
A dependência virtual é causada por inúmeros
fatores, dentre eles, a falta de interação face a face. (?) É também responsável
por uma série de comportamentos prejudiciais à sociabilidade dos indivíduos. (coesão por elipse)
Na coesão
por substituição, substantivos, verbos, períodos ou largas parcelas de
texto são substituídos por conectivos ou expressões que resumem e retomam o que
já foi dito, assegurando a sua sequenciação. Servem a esse objetivo expressões
como as seguintes: em adição a esse emblema; dentro desse contexto; isso
posto etc.
COERÊNCIA:
articulação entre argumentos e interpretação
A unidade de sentidos de um texto decorre da
articulação entre as ideias, ou seja, é resultado da possibilidade de
interpretação dos argumentos como colaborativos em defesa da tese apresentada.
A coerência textual está intimamente
ligada a uma série de atos enunciativos que permitem a interpretação de um
conjunto de ideias em uma dada situação de comunicação. Desse modo, a coerência
de um texto depende da ativação de conhecimentos linguísticos, enciclopédicos,
pragmáticos, textuais, interacionais e de raciocínio lógico-semântico.
Por isso, a coerência não está localizada
apenas em elementos explicitados na superfície textual: é pela interpretação de
pistas textuais (e muitas vezes contextuais) que se pode conferir a coerência
global de um texto. Trata-se de um princípio de textualidade que se apoia na
organização de informações (ideias ou fatos) que o autor propõe no texto. Em um
texto dissertativo-argumentativo, a coerência sustenta a veracidade da
proposição.
Afirmações contraditórias entre si
comprometem a coerência textual.
Exemplo de incoerência:
Atualmente a dependência
virtual aumentou significativamente a falta de interação entre as
pessoas, beneficiando, muitas vezes, as relações interpessoais
Em um texto cujo objetivo seja convencer o
leitor a aceitar determinado ponto de vista, a coerência do texto
dissertativo-argumentativo se evidencia por meio de duas qualidades básicas: não contradição e não tautologia.
No caso da não contradição, todos os
argumentos devem se articular de modo a deixar clara a posição defendida: mesmo
que contrastando com argumentos contrários, a veracidade, as vantagens e a
propriedade da tese são ressaltadas.
Exemplo de contradição:
A dependência virtual vem
crescendo preocupantemente entre as crianças brasileiras, uma vez que os
pais cuidam muito bem da educação de seus filhos.
Tautologia equivale ao pensamento circular,
em que a mesma ideia é repetida no texto de formas diferentes. Evitando a
tautologia, busca-se a continuidade textual, a progressão temática,
agregando-se novas informações ao já dito, além de economia na retomada de
informações.
Exemplo de tautologia:
O Brasil é um dos países
em que há mais casos de dependência virtual entre as crianças, sendo que 30%
desse quadro é causado por ausência direta dos pais na educação dos filhos. Os
índices de dependência virtual das crianças brasileiras estando em 30% só
mostram que a educação delas é mesmo inadequada.
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