A partir da leitura dos textos
motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua
formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua
portuguesa sobre o tema O DESAFIO DE SER JOVEM NO BRASIL apresentando proposta de intervenção, que respeite
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
A despeito de todos os avanços sociais
comemorados na última década, nove milhões de jovens com idades entre 15 e 29
anos não estudam e nem trabalham no Brasil. Isso significa que um em cada cinco
jovens brasileiros se encontra nesta situação. Dentre eles, cerca de 70% é do
sexo feminino e se dedica majoritariamente aos papéis tradicionais de mãe e
dona de casa. Embora a fecundidade adolescente esteja diminuindo nos últimos
anos, 19,3% de todos os nascimentos registrados no país, em 2011, ainda eram de
mães com idade entre 10 e 19 anos. A cada ano, 27 mil meninas de 10 a 14 anos
dão a luz no Brasil. Ao menos na faixa etária de 10-14 anos, o ideal seria
zerar o número de nascimentos. Por mais liberais que sejamos, é inconcebível
que meninas se tornem mães antes de completarem o ensino fundamental, quando
uma gravidez representa risco real de vida dependendo da constituição física e
imaturidade do aparelho reprodutivo.
E o que dizer dos mais de 2,5 milhões de
rapazes que se encontram fora do mercado de trabalho e do sistema escolar?
Todos os dias, cruzamos com alguns deles nas ruas. A preocupação com estes
jovens não é injustificada. Dado a centralidade da escola e do trabalho na
organização do tempo nas sociedades contemporâneas.
As informações sobre a população
carcerária, por sua vez, também revelam outra nuance pouco auspiciosa para a
juventude. Segundo levantamento realizado pelo Departamento Penitenciário
Nacional em 2011, nada menos que 56% dos detentos tinham idades entre 18 e 29
anos, 93% eram homens e quase 60% eram negros. A maioria estava presa por
envolvimento com o tráfico de drogas e crimes contra o patrimônio, por mais que
a sociedade os tema e deduza que foram punidos por atentarem contra a vida de
terceiros. Na verdade, grande parte das vítimas de homicídios guardam
características similares àquela da população carcerária: são repetitivamente jovens
negros do sexo masculino. Como mudar estas estatísticas? Como mudar trajetórias
de vida? Como mudar a cultura do "salve-se quem puder", do "zelo
pelos meus filhos, pago meus impostos e os filhos dos outros não são problema
meu"? Como mudar mentalidades?
Certamente, há jovens que por seu
próprio esforço e mérito viram o jogo. Trabalham, estudam, auxiliam os pais, ou
mesmo assumem precocemente o papel de arrimo de família. Conseguem vencer o
gargalo do ensino médio e usufruir das possibilidades abertas pela expansão das
escolas técnicas estaduais, dos institutos federais e das universidades
públicas. Entre estes jovens que conseguem se destacar via escolarização, as
mulheres são maioria. As mulheres já representam mais de 55% dos alunos
matriculados no ensino superior, considerando conjuntamente a rede pública e
privada. Dada a evasão que também ocorre no topo do sistema de ensino e que acomete
muito mais os rapazes, 60% daqueles que de fato concluem os estudos
universitários são do sexo feminino.
TEXTO 2
TEXTO
3
Jovens ainda enfrentam dificuldades para
entrar no mercado de trabalho
O mercado de trabalho atual
está cada vez mais competitivo e exigente. Enquanto de um lado existe a
necessidade de investir em formação para ser qualificado o bastante em um
ambiente que busca profissionais especializados, de outro lado existem
jovens perdendo oportunidades por não possuir experiência prévia na área em que
desejam atuar. É quando surge o conflito entre teoria e prática, quando na
verdade elas deveriam estar integradas no processo de aprendizagem para que se
possa produzir conhecimento.
Vem
crescendo entre os jovens a procura por cursos técnicos. Tais cursos são
alternativas para quem não ingressou na graduação e pretende obter uma formação
em menor período de tempo, há ainda casos de jovens que preferem concluir um
curso técnico antes de começar a graduação, dessa forma é possível ter uma
visão mais clara da área em que se pretende atuar, alguns deles são gratuitos.
Submeter-se a esse tipo de ensino, agrega ao estudante capacidades semelhantes
às que são desenvolvidas no próprio mercado de trabalho, além de diferenciá-lo
(em conhecimento técnico) dos demais.
Infelizmente
no Brasil, apenas o ensino fundamental e médio não prepara o jovem para o mundo
competitivo do mercado, que segue um padrão mínimo exigido pelas empresas, o
que acarreta dificuldades até a idade adulta.
Para os
que iniciam a vida acadêmica no ensino superior, a dificuldade que em tese
poderia ser diminuída, ainda é agravante. A maioria dos estágios, primeiro
passo para o profissionalismo, exigem maior tempo cursado, em média 2 anos.
Existe
ainda o perfil de jovens, estes de classe média e classe média alta, que
preferem adiar a entrada no mercado, dedicando-se apenas aos estudos. Isso vem
fazendo com que a taxa de desemprego caia há mais de uma década. São jovens
entre 18 e 24 anos, que são sustentados financeiramente pelos pais enquanto
tiverem opções para aumentar a bagagem intelectual e obter vantagem para ocupar
os melhores cargos.
Esse
quadro nos revela uma competição desigual entre os jovens que pretendem
ingressar no mercado de trabalho brasileiro. Enquanto os jovens que pertencem à
famílias de classe média podem obter facilmente o padrão de qualificação
exigido pelo mercado, os jovens de classes mais baixas e de periferias
encontram inúmeras barreiras e dificuldades para que possam se qualificar, e
assim ascender socialmente. Continuamos com a história das sociedades, uma
história de luta de classes.
https://chicoterra.com/2014/04/29/jovens-ainda-enfrentam-dificuldades-para-entrar-no-mercado-de-trabalho/
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