TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA: julho 2016

domingo, 31 de julho de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 30


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O IDOSO EM QUESTÃO NO BRASIL: DIGNIDADE E CIDADANIA, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
O envelhecimento social: a evolução histórica da imagem do idoso
A humanidade sempre esteve às voltas com a questão do envelhecimento humano. Através dos tempos e em diferentes culturas, o processo em si é objeto de estudos e reflexões.
Nas sociedades primitivas, os idosos eram objetos de veneração. Os jovens a eles recorriam em busca de seus conselhos, eram respeitados e lhes confiavam negócios. Na antiga China, o filósofo Confúcio pregava que todos os integrantes de uma família deveriam obedecer aos mais velhos.
Em geral, as sociedades da antiguidade, consideravam o estado de velhice dignificante e adotavam como sábio aquele que atingia essa etapa. Passou a ser importante o papel de ancião, época terminal da vida, que aos que nela ingressavam era reservado um papel de intensa atuação nos destinos políticos dos grupos sociais e na tomada de decisões importantes.
No século XVIII, o idoso era tido como patrimônio e não encargo. No entanto, com a revolução industrial, ocorre uma inversão de valores, em vez da sabedoria, passa-se a julgar o homem pela sua capacidade de produção - muito mais próxima do jovem -  e, ao idoso, começa a restar um lugar de exclusão e de discriminação na sociedade.

 TEXTO 2
 

TEXTO 3
            O Brasil caiu 27 posições e ficou em 58º lugar em um ranking que analisa o bem-estar de idosos em 96 países. Divulgada pela organização Help Age International, a lista é liderada pela Noruega. Com 23,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos, o Brasil caiu da 31ª posição, em 2013, e segue atrás de países latino-americanos como Chile, Uruguai e Panamá. A causa principal seria a piora no quesito “ambiente estimulante”, que avalia a segurança física, relacionamentos sociais, liberdades cívicas e acesso a transporte público. (…)
O índice Help Age International’s Gloval Age Watch mede o bem-estar social e econômico das pessoas acima de 60 anos, a partir de quatro quesitos principais: ambiente estimulante, segurança de renda (pobreza e cobertura de aposentadorias), status de saúde (expectativa de vida e bem-estar) e capacidades (emprego e educação para pessoas com mais de 60 anos). O Brasil tem seu melhor desempenho em segurança de renda, no qual está em 14° no ranking geral, devido à cobertura por aposentadorias de 86,3% da população acima dos 60 anos de idade, à baixa pobreza na velhice (8,8%) e também no tocante à relativa cobertura de serviços básicos pelo Estado, o que possibilitaria aos idosos brasileiros serem mais independentes.
Contudo, o resultado do Brasil piora por conta do quesito ambiente estimulante, com queda da 40ª para a 87ª posição em relação ao estudo do ano passado. Esse quesito mede a percepção dos idosos de sua capacidade de se conectar a outras pessoas e à sociedade, de usar o transporte público e quanto à percepção de segurança física.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2014/10/141001_velhice_indice_rp

TEXTO 4
Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003)
Artigo 2º. O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.
Artigo 3º. É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
Artigo 96º. Discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade: Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.741.htm

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 29


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto um dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema SOCIEDADE ONLINE: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NO BRASIL DO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1

Da pedra lascada à Internet

O desenvolvimento da comunicação começou devagar

 

A humanidade demorou para evoluir em suas formas de comunicação. Antes de inventar a escrita, passamos milhares de anos usando basicamente gestos e grunhidos. Até a fala custou a aparecer; quando ela começou a ser desenvolvida, as pinturas rupestres já existiam.
Em compensação, depois disso, tudo se acelerou. Na base da conversa, começamos a trocar conhecimentos, principalmente de caráter mitológico e religioso. A escrita não demorou a surgir, como uma forma de registro do sonoro. No século 8 a.C., os poemas gregos Ilíada e Odisséia foram escritos a partir de relatos orais.
Da linguagem escrita em diante, começamos a aplicar a tecnologia à comunicação. Nas últimas décadas, chegamos ao ponto em que um único emissor transmite sua mensagem para milhões de pessoas - é o caso do rádio e da televisão. Temos à disposição telefones fixos, celulares e internet. E o futuro promete.

TEXTO 2
Evolução da comunicação

3800 a.C. - desenhos livres
Enquanto o homem não sabia falar, do jeito como fazemos hoje, valia fazer desenhos em cavernas a partir de pigmentos de argila, hematita e carvão vegetal. A motivação das pinturas não era clara, mas certamente elas transmitiam conhecimento.

3200 a.C. - Primeiras letras
Os sumérios criaram alfabetos formados por figuras que representam objetos do cotidiano. Com a sistematização desse tipo de desenhos, os fenícios também desenvolveram um modelo de escrita. Acabava a Pré-História, e a comunicação começava a evoluir bem mais rápido.

3000 a.C. - Telégrafo de fogo
Surgia o sinal de fumaça, uma maneira de informar à distância. Indígenas americanos foram os primeiros a usar os sinais, que seguiam um princípio depois adotado nos telégrafos: um cobertor abafava o fogo e soltava a fumaça em intervalos regulares.

550 a.C. - Cartas a galope
O tataravô do correio atual nasceu com Ciro II, rei da Pérsia, que desenvolveu um sistema de postos de parada para os homens que levavam cartas a cavalo. Essa estrutura permitia que uma correspondência viajasse 2500 quilômetros com segurança.

1455 - Livros em série
Para a mídia surgir e facilitar o acesso à informação, foi necessário que Johannes Gutenberg melhorasse a impressão, que existia havia 14 séculos na China. Sua sacada foi criar uma forma com letras independentes.

1837 - Contatos imediatos
O americano Samuel Morse (1791-1872) criava o telégrafo. Ele queria um jeito de trocar mensagens que o governo americano não entendesse. Em 1835, ele tinha inventado o Código Morse, que seria fundamental para a navegação e para a aviação.

1876 - Fala que eu escuto
O escocês Alexander Graham Bell (1847-1922) patenteava nos Estados Unidos seu aparelho de telefone. Há quem diga que o italiano Antonio Meucci (1808-1889) teria desenvolvido seu protótipo antes, mas foi Bell que o popularizou.

1893 - Ondas sonoras
Aparecia o rádio, atribuído ao italiano Guglielmo Marconi (1874-1937). No futuro, o croata Nikola Tesla (1856-1943) ganharia o crédito, porque a invenção de Marconi usava 19 patentes suas. Os primeiros aparelhos transmitiam Código Morse. A emissão de voz só começaria em 1918.

1929 - Imagens na sala
O cientista russo Vladimir Zworykin (1889-1982) apresentava o kinoscópio, o precursor da televisão. Vários desenvolvimentos posteriores do aparelho de Zworykin levariam à industrialização e à disseminação da TV, acelerada a partir de 1945.

1960 - Balão espacial
Lançado pelos Estados Unidos, o primeiro satélite refletia sinais enviados a partir da Terra. Batizado de Echo 1, o aparelho consistia em um balão de náilon de 30 metros de diâmetro, visível a olho nu em vários pontos do globo.

1994 – Sociedade online
O governo americano liberava a circulação da World Wide Web, uma versão civil do sistema de troca de informações entre as redes de computadores militares. Em 1995, a internet já tinha 16 milhões de usuários. Atualmente, são 1,5 bilhão.


TEXTO 3
 

TEXTO 4

    A influência das redes sociais na atualidade                                           
Atualmente, com a popularização e a democratização ao acesso nas redes sociais, as sociedades de diversos países se organizam por meio da internet. As redes sociais - que antes eram apenas meios de entretenimento e diversão - hoje, ganham força para protestos, coberturas de conflitos, guerras, assuntos polêmicos, conflitos étnicos, manifestações, encontros, relacionamento e informação.
Quando se fala em internet é tudo muito rápido, mas também perigoso. Um dos grandes problemas da influência das redes sociais na atualidade é a dependência, esquece-se, por exemplo, de se conviver de uma maneira plena, tendo assim duas vidas: uma real e uma virtual.
Em uma pesquisa realizada pela Universidade de Maryland, nos EUA, em 2015, foram deixados mil estudantes universitários de 37 países sem acesso à internet e a outros meios de comunicação durante 24 horas. Ao fim deste período de tempo, cerca de 20% dos estudantes demonstraram uma espécie de síndrome de abstinência tecnológica, e descreveram alguns sentimentos que sentiram como 'desespero', 'vazio' e 'ansiedade'. Ou seja, o uso excessivo das redes sociais já se tornou nocivo e viciante como uma droga.
As interações reais, as conversas “olho no olho” são a cada dia menos comuns; enquanto a solidão, o egocentrismo, a carência, o narcisismo, o individualismo são crescentes, o que nos faz questionar se tais avanços tecnológicos são realmente uma evolução. Claramente, há o lado negro do território das redes sociais que têm nos trazido inúmeros prejuízos: a falta de segurança e privacidade, a vulgarização do bullying, a pedofilia, a pornografia, o excesso de marketing, a disseminação de informações inúteis, a desvalorização da língua portuguesa, a falta de incentivo ao estudo e à leitura. Como diria um velho e sábio ditado: “a diferença entre o veneno e o remédio é só a dose”

Olá, amados!!! Hoje, vamos potencializar a competência IV, responsável pela articulação e pela progressão textuais. Lembremo-nos de que, para chegarmos ao nível máximo nessa competência, não nos basta somente concatenarmos as partes constituintes do texto, mas também, nessa “costura”, é imprescindível que usemos um repertório diversificado de conectores e de articuladores.


Da talha ao clique
O processo comunicativo sempre influenciou a história da humanidade. Desde as primeiras formas de comunicação no Paleolítico, através das pinturas rupestres, passando pela invenção da escrita ao final da Pré-história, o homem vem buscando a expressão como forma de sociabilidade. Hoje, a comunicação ainda intermeia as relações humanas. A diferença? A tecnologia, milênios depois dos primeiros resquícios de interação social, tornou o homem dependente dentro de uma sociedade influenciada, cada vez mais, pelo elemento virtual.
É relevante salientar, dentro desse contexto, que a Era da informação começou a partir do século 20, com o advento do rádio e, duas décadas depois, com o surgimento da TV. Isso posto, as sociedades modernas passaram a desenvolver uma certa relação de subordinação e de sujeição no que concerne aos meios de comunicação. Em adição a esse emblema, ao final dos anos 60, à época da Guerra fria, surge a internet, como forma de comunicação bélica, voltada, exclusivamente, para fins militares.
Em contraponto, o fim do período entre guerras tornou essa nova forma de comunicação acessível à população civil, nascia, a partir dos anos 70, a Era da tecnologia, tornando as relações humanas mais céleres, no entanto, mais “frias”, transformando a sociedade moderna numa sociedade online. Logo, o mundo, hoje, é um imbricamento de elementos reais com elementos virtuais, este, muitas vezes, danoso e prejudicial às relações face a face, haja vista a internet não ser apenas um ambiente de informação e de entretenimento, mas, corriqueiramente, apresentar-se como cenário para a disseminação de ideologias segregárias e de apologia a causas pouco ortodoxas, além de ter contribuído para o aumento exponencial da prática de crimes como pedofilia e injúria racial.
Far-se-á, portanto, imprescindível que o Governo brasileiro efetive na prática a Lei do Marco civil, cobrando das esferas responsáveis o cumprimento dos artigos os quais coíbem as práticas que infringem as normas no contexto virtual. Ademais, seria de fundamental importância que o Ministério das comunicações propagasse campanhas publicitárias, nos meios de mídia, como forma de esclarecer a população sobre os perigos do uso excessivo e/ou distorcido da internet, por meio, principalmente, de propagandas e de anúncios educativos. Cabe à sociedade civil, por sua vez, o papel cidadão de denunciar toda e qualquer forma de abuso às delegacias de crimes digitais, a fim de que, do Paleolítico à sociedade online, não se “evolua” para uma sociedade sem lei.



COESÃO: mecanismos linguísticos de articulação entre as ideias

 A ordem das palavras no período, as marcas de gênero e de número (concordância), as preposições, os pronomes pessoais, os tempos verbais, os conectivos funcionam no texto como elos coesivos. Cada um desses elementos estabelece conexões e ligações, articulando as ideias, e permitindo a progressão do texto em direção à comprovação da tese que se visa defender, ou seja, a estrutura das frases contribui para criar coesão entre os constituintes de um texto.
Além dessas formas sistemáticas de ligação entre palavras, existem quatro outras estratégias de coesão, que dependem das escolhas estilísticas do redator: referencial, lexical, por elipse e por substituição.
A coesão referencial se constrói pela menção de elementos que já apareceram, ou vão aparecer, no próprio texto. Para a efetivação dessas remissões, são empregados pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos ou expressões adverbiais que indicam localização (anteriormente, posteriormente, onde etc.). Esses recursos tanto podem se referir, por antecipação, a elementos que serão citados na sequência do texto (catáfora), quanto podem retomar, como no exemplo a seguir, elementos já citados no texto ou que são facilmente identificáveis pelo leitor (anáfora):

A sociedade civil deve pôr em prática sua função cidadã. Ela é responsável pela punição, através de denúncias, daqueles que infringem as leis na esfera virtual (coesão referencial anafórica)

A manutenção da unidade temática do texto, que exige certa carga de redundância, está na base da coesão lexical. Assim, pode-se estabelecer uma corrente de significados retomando-se as mesmas ideias e partes de ideias por meio de diferentes termos e expressões. Essa cadeia é formada pela reutilização de palavras, pelo uso de sinônimos, pelo emprego de expressões equivalentes para substituir termos já usados, ou para identificar ou nomear elementos que já apareceram no texto, como no seguinte exemplo:

A dependência virtual é causada por inúmeros fatores, dentre eles, a falta de interação face a face. Essa subordinação é também responsável por uma série de comportamentos prejudiciais à sociabilidade dos indivíduos (coesão lexical)

A estrutura dos períodos na língua portuguesa, por sua vez, permite a omissão de elementos facilmente identificáveis ou que já tenham sido citados anteriormente, estratégia denominada coesão por elipse. Algumas vezes, essa omissão é marcada por uma vírgula. Pronomes, verbos, nomes e frases inteiras podem estar implícitos. O trecho, a seguir, constitui exemplo de omissão de sujeito da oração.

           A dependência virtual é causada por inúmeros fatores, dentre eles, a falta de interação face a face. (?) É também responsável por uma série de comportamentos prejudiciais à sociabilidade dos indivíduos.  (coesão por elipse)

Na coesão por substituição, substantivos, verbos, períodos ou largas parcelas de texto são substituídos por conectivos ou expressões que resumem e retomam o que já foi dito, assegurando a sua sequenciação. Servem a esse objetivo expressões como as seguintes: em adição a esse emblema; dentro desse contexto; isso posto etc.

COERÊNCIA: articulação entre argumentos e interpretação

A unidade de sentidos de um texto decorre da articulação entre as ideias, ou seja, é resultado da possibilidade de interpretação dos argumentos como colaborativos em defesa da tese apresentada. A coerência textual está intimamente ligada a uma série de atos enunciativos que permitem a interpretação de um conjunto de ideias em uma dada situação de comunicação. Desse modo, a coerência de um texto depende da ativação de conhecimentos linguísticos, enciclopédicos, pragmáticos, textuais, interacionais e de raciocínio lógico-semântico.
Por isso, a coerência não está localizada apenas em elementos explicitados na superfície textual: é pela interpretação de pistas textuais (e muitas vezes contextuais) que se pode conferir a coerência global de um texto. Trata-se de um princípio de textualidade que se apoia na organização de informações (ideias ou fatos) que o autor propõe no texto. Em um texto dissertativo-argumentativo, a coerência sustenta a veracidade da proposição.
Afirmações contraditórias entre si comprometem a coerência textual.
Exemplo de incoerência:

           Atualmente a dependência virtual aumentou significativamente a falta de interação entre as pessoas, beneficiando, muitas vezes, as relações interpessoais

Em um texto cujo objetivo seja convencer o leitor a aceitar determinado ponto de vista, a coerência do texto dissertativo-argumentativo se evidencia por meio de duas qualidades básicas: não contradição e não tautologia.
No caso da não contradição, todos os argumentos devem se articular de modo a deixar clara a posição defendida: mesmo que contrastando com argumentos contrários, a veracidade, as vantagens e a propriedade da tese são ressaltadas.
Exemplo de contradição:

        A dependência virtual vem crescendo preocupantemente entre as crianças brasileiras, uma vez que os pais cuidam muito bem da educação de seus filhos.

Tautologia equivale ao pensamento circular, em que a mesma ideia é repetida no texto de formas diferentes. Evitando a tautologia, busca-se a continuidade textual, a progressão temática, agregando-se novas informações ao já dito, além de economia na retomada de informações.
Exemplo de tautologia:

             O Brasil é um dos países em que há mais casos de dependência virtual entre as crianças, sendo que 30% desse quadro é causado por ausência direta dos pais na educação dos filhos. Os índices de dependência virtual das crianças brasileiras estando em 30% só mostram que a educação delas é mesmo inadequada.

               Por envolver dimensões conceituais, cognitivas e pragmáticas, a coerência de uma argumentação se configura de diferentes maneiras em cada texto, pois depende da tese a ser comprovada, da escolha adequada dos argumentos e das marcas textuais que devem conduzir o leitor à conclusão pretendida. Sobretudo, a veracidade da tese deve estar fundamentada nos argumentos e corresponder à materialização de uma intenção. Essa intenção, que é explicitada e articulada na progressão textual, constitui os indícios de autoria, que evitam afirmações restritas ao senso comum.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 28


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O COMBATE AO CONSUMO DAS DROGAS LÍCITAS E ILÍCITAS ENTRE OS JOVENS BRASILEIROS. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
O perigoso flerte com as drogas na adolescência
Na fase em que a curiosidade aproxima o jovem das drogas, o diálogo franco é o melhor caminho para que ele entenda por que dizer "não"

Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) com estudantes de escolas públicas com idade entre 10 e 18 anos, 65,2% dos entrevistados já experimentaram bebida alcoólica. Outros 5,9% fumaram maconha e 15,5% usaram solventes, de acetona a lança-perfume. Os números não deixam dúvida: as drogas fazem parte do universo jovem. A relação com elas é constante e, por vezes, ocorre dentro dos muros da escola. Não adianta fingir que o assunto não existe - ou, o que é comum, se livrar dele pela via da expulsão. O tema exige ação. 
Mas o que fazer? Pesquisas recentes têm demonstrado que apostar na repressão pura e simples não costuma dar bons resultados. Em vez disso, é melhor compreender a relação dos jovens com as drogas. Entender por que o contato com essas substâncias se intensifica na adolescência é a primeira providência. 
De início, é preciso explicar que a atração pelos entorpecentes tem um forte componente biológico. A principal razão é que o chamado sistema inibitório, a área do cérebro responsável pela ponderação das atitudes, ainda está se desenvolvendo durante a adolescência. A dificuldade de dizer "não", por sua vez, abre caminho para o estímulo do sistema dopaminérgico, relacionado à busca de recompensa. As substâncias psicotrópicas agem justamente sobre essa estrutura, influenciando a produção de hormônios responsáveis pela sensação de prazer. 

TEXTO 2
 
TEXTO 3
Alcoolismo nunca foi problema exclusivo dos adultos. Pode também acometer os adolescentes.
Hoje, no Brasil, causa grande preocupação o fato de os jovens começarem a beber cada vez mais cedo e as meninas, a beber tanto ou mais que os meninos. Pior, ainda, é que certamente parte deles conviverá com a dependência do álcool no futuro.
Para essa reviravolta em relação ao uso de álcool entre os adolescentes, que ocorreu bruscamente de uma geração para outra, concorreram diversos fatores de risco. O primeiro é que o consumo de bebida alcoólica é aceito e até estimulado pela sociedade. Pais que entram em pânico quando descobrem que o filho ou a filha fumou maconha ou tomou um comprimido de ecstasy numa festa, acham normal que eles bebam porque, afinal, todos bebem.
Sem desprezar os fatores genéticos e emocionais que influem no consumo da bebida – o álcool reduz o nível de ansiedade e algumas pessoas estão mais propensas a desenvolver alcoolismo –, a pressão do grupo de amigos, o sentimento de onipotência próprio da juventude, o custo baixo da bebida, a falta de controle na oferta e consumo dos produtos que contêm álcool, a ausência de limites sociais colaboram para que o primeiro contato com a bebida ocorra cada vez mais cedo.
Não é raro o problema começar em casa, com a hesitação paterna na hora de permitir ou não que o adolescente faça uso do álcool ou com o mau exemplo que alguns pais dão se vangloriando de serem capazes de beber uma garrafa de uísque ou dez cervejas num final de semana. Não se pode esquecer de que, em qualquer quantidade, o álcool é uma substância tóxica e que o metabolismo das pessoas mais jovens faz com que seus efeitos sejam potencializados. Não se pode esquecer também de que ele é responsável pelo aumento do número de acidentes e atos de violência, muitos deles fatais, a que se expõem os usuários.
Proibir apenas que os adolescentes bebam não adianta. É preciso conversar com eles, expor-lhes a preocupação com sua saúde e segurança e deixar claro que não há acordo possível quanto ao uso e abuso do álcool, dentro ou fora de casa.

TEXTO 4

Jovens começam a fumar cada vez mais cedo

Curiosidade, aceitação social e contato desde cedo com fumantes. Esses são apenas alguns dos inúmeros motivos que levam um jovem a entrar no mundo do tabagismo

Curiosidade, aceitação social e contato desde cedo com fumantes. Esses são apenas alguns dos inúmeros motivos que levam um jovem a colocar o primeiro cigarro na boca. Muitos fumantes entram nessa cortina de fumaça antes de completar a maioridade. Pesquisas mostram que o fumo é responsável por 30% das mortes ocasionadas por câncer, sendo 90% dos casos, o de pulmão. Além disso, o fumo está ligado à origem de tumores malignos de outros órgãos como: boca, laringe, pâncreas, rins e bexiga, colo do útero e esôfago.
A principal substância ativa encontrada naturalmente no tabaco – matéria prima que dá origem ao cigarro – é a nicotina, poderoso estimulante do sistema nervoso central. Com o início do consumo dessa substância, o cérebro exige quantidades cada vez maiores, e isso explica porque as pessoas tornam-se viciadas. Apenas na fumaça do cigarro existem mais de 4.770 substâncias tóxicas como nicotina, alcatrão, monóxido de carbono e até radioativas como polônio 210 e cádmio, que também são encontradas nas baterias de carros.
“O tabagismo, doença caracterizada pelo vício ao cigarro, foi conceituada pelo Código Internacional de Doenças (CID) como sendo um grupo de transtornos mentais e de comportamento, decorrentes do uso de substâncias psicoativas (drogas de atuação sobre o sistema nervoso central)”, explica o pneumologista do Frischmann Aisengart, Dr. Roberto Rodrigues Junior.
Os danos trazidos pelo cigarro são inúmeros. Após a tragada, a fumaça leva sete segundos para chegar ao cérebro e há aumento da frequência cardíaca e pressão arterial. Após três meses o vício já está instalado e há a diminuição progressiva do olfato e paladar. Engana-se quem se acha capaz de parar de fumar quando quiser.
http://www.gazetadopovo.com.br/viver-bem/saude-e-bem-estar/saude/jovens-comecam-a-fumar-cada-vez-mais-cedo/


PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 27


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema OS DESAFIOS DA CRISE HÍDRICA BRASILEIRA. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
ONU: população precisará de 40% a mais de água em 2030
Na semana em que se comemorou o Dia Mundial da Água (22 de março), a Organização das Nações Unidas (ONU) previu que, em 2030, a população global vai necessitar de 35% a mais de alimento, 40% a mais de água e 50% a mais de energia. Neste ano, as celebrações giram em torno do tema Água e Energia, e a relação arraigada entre esses dois elementos foi destaque na reunião da ONU, em Tóquio, para celebrar o dia.
 Este importante relatório é um documento integral, que oferece uma visão global da situação dos recursos de água doce no Planeta. Nele são analisadas as pressões exercidas pelas decisões relacionadas à demanda por água e os efeitos que elas têm sobre a sua disponibilidade. Oferece ferramentas que ajudarão as lideranças de governos, setor privado e sociedade civil a fazerem frente aos riscos atuais e futuros.
agenciabrasil.abc.com.br

TEXTO 2
Uso sustentável da água
O recurso ‘água’ tem sido central em debates nas últimas décadas, pois ao mesmo tempo em que significa a preservação da vida, vem sofrendo um processo acelerado de degradação das suas características físicas, químicas e biológicas.
Na Conferência das Nações Unidas sobre a Água e Meio Ambiente, realizada em 1992, em Dublin (Irlanda), foi declarado o princípio de que a água é um recurso finito e vulnerável ao qual deve ser atribuído valor econômico, com o intuito de preservá-la.
Mas, antes disso, em 1972, a Conferência das Nações Unidas realizada em Estocolmo (Suécia) foi a primeira a colocar o tema do meio ambiente na agenda política internacional, estabelecendo, em seus princípios, a necessidade de preservar e controlar os recursos naturais por meio do planejamento e da gestão integrada.
O desenvolvimento de pesquisas para embasar o planejamento e a gestão integrada da água deve ser prioridade de institutos de pesquisa, especialmente aqueles localizados na Amazônia, onde os recursos são abundantes, o que dificulta a percepção de finitude e da possibilidade de escassez da água.
As bases científicas para a realização de prognósticos da qualidade da água, processos de gestão e mitigação de impactos ambientais, como a recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APPs), são possíveis por meio de estudos integrados dos aspectos econômicos e socioambientais.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuária) tem priorizado estudos sobre o uso sustentável da água e do solo e sobre a recuperação de APPs, cujo objetivo é propor medidas de manejo e ações sustentáveis, visando à recuperação e à reabilitação das áreas impactadas. Estas ações, se bem executadas, podem resultar em maior controle da poluição e melhor qualidade da água e do ambiente.
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=31837&secao=Artigos%20Especiais

TEXTO 3
 

TEXTO 4
Conhecido pela grande extensão e pela riqueza da biodiversidade, o Brasil abriga os principais e maiores aquíferos do mundo
O debate em torno dos aquíferos como solução provisória para os problemas de escassez da água vem se intensificando. Isso porque, o elemento de formação geológica subterrânea funciona como reservatório de água, já que armazena a chuva que se infiltra no subsolo da terra.
Formado por rochas permeáveis, com espaços abertos que retém a água, os aquíferos servem como fontes de abastecimento, já que transmitem o recurso para poços e nascentes em quantidades suficientes. Além disso, na maioria das vezes, a água proveniente de aquífero é potável, o que torna indispensável o tratamento para consumo e barateia o custo, tornando a ferramenta sustentável. No entanto, é preciso lembrar que também há contaminação, quando existe a presença de agentes poluidores, como lixões ou áreas urbanizadas.
Devido à grande extensão e capacidade ambiental, há uma enorme concentração de reservatórios no Brasil. Os principais aquíferos do país são: Guarani, Alter do Chão – os maiores do mundo –, Cabeças, Urucuia-Areado e Furnas. O aquífero Guarani é localizado na região centro-leste da América do Sul, abrangendo Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (70%), bem como Paraguai, Uruguai e Argentina (30%). Um dos principais aquíferos do mundo, no entanto, não possui águas limpas, próprias para consumo. Isso porque o sistema está no entorno de uma região populosa e conta com a poluição de dejetos de animais, agrotóxicos e resíduos químicos, provenientes da agricultura e queimada de cana de açúcar.
Já o Alter do Chão, é o maior aquífero do mundo em extensão de água e está localizado na região que compreende o Amazonas, o Pará e o Amapá. Com o grande volume, calcula-se que ele seria suficiente para abastecer toda a população mundial por 100 vezes. Hoje, ele é responsável pela distribuição de água em Santarém e Manaus.

sábado, 23 de julho de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 26

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto um dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema INTERNETÊS: A REVOLUÇÃO LINGUÍSTICA NO BRASIL DO SÉCULO XXI, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
A origem da língua Portuguesa
língua portuguesa está entre as mais faladas e conhecidas do mundo, é uma língua que possui suas raízes no latim vulgar. Essas línguas são chamadas de línguas românticas, latinas ou neolatinas, e são consideradas um tipo de continuação do latim de onde se originam.
O latim, inicialmente, era o idioma falado no antigo Império Romano, mas possuía subdivisões: o latim clássico - que era mais polido e mais culto, usado pelas classes dominantes do império, e também por poetas, senadores, filósofos - e o latim vulgar, que era um latim mais acessível ao povo, utilizado pelas classes consideradas mais baixas.
Então, por que a língua portuguesa não veio do latim clássico? A resposta está na época em que os conquistadores romanos dominaram a península Ibérica. Pois eles não introduziram o latim clássico, e sim o latim vulgar, que acabou originando todas as línguas posteriores naquela região – não só o português.
Quanto ao latim vulgar em Portugal, foi passando por transformações, sendo mesclado ao dialeto local, adquirindo suas próprias características. Este latim, no local, não desprezava as diversas línguas faladas ali antes do domínio romano. Portanto, era inevitável que a língua portuguesa não tivesse sofrido inúmeras variações antes de chegar ao que conhecemos nos dias de hoje.

TEXTO 2
Sabe o q eh internetês? Naum? Entaum tá na hra de aprender + sobre esse assunto! =)

Se você acha que não sabe o que é internetês, mas conseguiu ler as orações acima sem nenhuma dificuldade, acaba de descobrir que não só sabe como provavelmente também o usa! Quem nunca apelou para a abreviação das palavras durante um bate-papo virtual? Quem nunca precisou eliminar letras, sílabas inteiras e até mesmo a acentuação de alguns vocábulos na hora de conversar nos ambientes virtuais, tudo isso para deixar a comunicação mais dinâmica e mais parecida com nossas conversas da modalidade oral?
Essa linguagem simplificada e informal chamada internetês surgiu no ambiente da Internet, lá nos anos 1990. Sua principal função é conferir dinamismo às conversas. Para isso, inventou-se uma sintaxe particular, ignorou-se as regras ortográficas e abusou-se dos “emoticons” (), que servem para traduzir em símbolos a maneira como nos sentimos, já que a escrita não conta com os mesmos recursos de expressividade disponíveis na oralidade.

TEXTO 3
 
TEXTO 4
Os perigos do internetês
Criamos alternativas inteligentes para nos comunicarmos com rapidez e, ao mesmo tempo, diminuir a distância e a impessoalidade dos diálogos travados nos ambientes virtuais. Ótimo, não? Sim, mas há controvérsias. Apesar de ser uma linguagem muito útil em nosso dia a dia, o internetês deve ficar restrito à internet. Existe um princípio chamado de “adequação linguística” que nos mostra a importância de utilizar adequadamente (ou seja, respeitando o contexto comunicacional) os diferentes registros da língua portuguesa. Assim como não falamos com nossos pais como falamos com nossos colegas de escola, e vice-versa, não devemos também permitir que o internetês invada uma esfera que não é a dele, isto é, não devemos permitir que ele “contamine” a escrita de textos que exijam a adequação à norma culta da língua.
Escrever fazendo uso de siglas, abreviaturas e emoticons tornou-se um hábito tão corriqueiro que, às vezes, nem notamos que estamos fazendo uso de uma linguagem que deveria ficar restrita à internet. O internetês é um fenômeno interessante, mas deve ser tratado como uma linguagem grupal (tipo de língua utilizado por grupos específicos: note que a maioria dos adeptos do internetês são crianças e jovens) e adequada apenas para contextos específicos. Na escola e na vida profissional, devemos priorizar nos textos escritos a norma culta, variedade que deve ser aprendida e preservada. Respeitar as variações linguísticas é fundamental, assim como é fundamental escolher a variedade adequada para cada situação.


PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 25


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A OBESIDADE EM QUESTÃO NO BRASIL. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
É preciso combater o “PESO” da obesidade entre as crianças
A obesidade é uma disfunção que assusta cada vez mais pelos seus índices, no Brasil e no mundo. O endocrinologista Dr. Alfredo Halpern ( chefe do grupo de Obesidade e Doenças Metabólicas do Serviço de Endocrinologia do Hospital Israelita Albert Einstein) lembra, como a maioria dos especialistas, que “obesidade não é falta de caráter ou de consciência”, é uma doença e deve ser tratada desta forma.
Segundo os dados da Organização Pan-Americana de Saúde, “os inquéritos populacionais têm registrado um alarmante aumento na incidência de obesidade no Brasil nas últimas três décadas”. O documento mostra que, entre 1996 e 2016, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou de 3 para 15% em crianças.
Estes números mostram que a prevalência de obesidade infanto-juvenil no Brasil subiu 240% nas últimas duas décadas. Para o endocrinologista pediátrico, Dr. Luiz Cláudio Castro, é fundamental investir na reeducação dos hábitos alimentares e na atividade física da população infantil. “A educação é o instrumento mais valioso e eficaz para bloquearmos este aumento na incidência da obesidade e suas complicações, de forma a evitarmos que se realize a previsão de que 35% da população brasileira estará obesa em 2025”.
Não basta trabalhar apenas com informações nutricionais, mas estimular a atividade física. Além disso, ele enfatiza que a proposta não deve se restringir somente às crianças acima do peso. Todas devem estar envolvidas.
Causada principalmente pela ingestão inadequada de alimentos e pela falta da prática de exercícios físicos, a obesidade é também desencadeada por fatores ambientais, além de biológicos, hereditários e psicológicos. Seu tratamento requer um diagnóstico detalhado, orientação nutricional e mudanças no estilo de vida.
A principal causa da obesidade é ambiental: alimentação inadequada e pouca atividade física. Menos de 5% dos casos se deve a doenças endocrinológicas. A hereditariedade pode ser um fator de risco, mas ela só se manifesta se o ambiente permitir. Em outras palavras, a genética só se manifesta se o ambiente for favorável ao excesso de peso. O tratamento e acompanhamento das crianças com excesso de peso envolve vários aspectos e é, sobretudo, comportamental, enfocando reeducação nutricional e mudanças no estilo de vida. Um ponto importante: toda a família deve estar envolvida, pois os pais, antes de mais nada, devem dar o exemplo.
A orientação nutricional deve ser diferenciada. O ideal é que seja prazerosa. É interessante, também, que vá sendo implantada aos poucos, sem ser radical. O importante é que, tanto os pais quanto os endocrinologistas, trabalhem para que a criança não se torne um adulto obeso. De acordo com dados publicados no livro “Pontos para o Gordo” do Dr. Alfredo Halpern, a criança obesa na puberdade tem 40% de chances de manter este quadro na vida adulta. No caso de adolescentes, esta chance aumenta para 70%.

TEXTO 2
 

TEXTO 3
Coca-Cola, Ambev e PepsiCo mudam política para refrigerante em escolas
Empresas deixarão de vender produto a escolas para crianças de até 12.
Crianças 'não têm maturidade' para tomar decisões de consumo, admitem.

As gigantes de bebidas Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo Brasil anunciaram nesta quarta-feira (22), em comunicado conjunto, um acordo para mudar a política de venda de refrigerantes em escolas.
Segundo as empresas, a partir de agosto, as fabricantes deixarão de vender refrigerantes diretamente às cantinas de escolas "para crianças de até 12 anos (ou com maioria de crianças de até essa idade)".
Pelo acordo, elas passarão a vender "apenas água mineral, suco com 100% de fruta, água de coco e bebidas lácteas que atendam a critérios nutricionais específicos".
No caso de grandes escolas, que contemplem crianças e adolescentes de diversas idades, o trabalho será feito pela conscientização do cantineiro e da diretoria - que determinam as regras internas.
A diretora de Categorias da Coca-Cola Brasil, Andrea Mota, explicou, em entrevista, que as empresas envolvidas na ação não têm poder para fiscalizar as vendas dentro das escolas, mas que podem sugerir as mudanças por meio da campanha.
Outra novidade, de acordo com a diretora, é que a Coca-Cola vai comercializar apenas latas em versão mini dos seus refrigerantes nas escolas, com 250 ml (100 ml a menos que a lata convencional). A medida será adotada para tentar reduzir o consumo mesmo entre os mais velhos.
Mota falou também que não foram feitos cálculos sobre o impacto financeiro da ação e que não tinha a estimativa de quantas escolas deixarão de receber os produtos. "Não temos esse estudo porque não foi uma decisão comercial", explicou.
A proibição da venda de refrigerantes em escola tem sido uma cobrança crescente e alvo de diversos projetos de lei pelo país em razão do aumento da preocupação com a obesidade infantil e da defesa de uma alimentação mais saudável.