TEXTO 1
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não
devia. A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra
vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a
não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir
todas as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender
mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar,
esquece a amplidão.
COLASANTI, M. Eu sei,
mas não devia. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
1. A
progressão é garantida nos textos por determinados recursos linguísticos e pela
conexão entre esses recursos e as ideias que eles expressam. Na crônica do
texto 1, a continuidade textual é construída, predominantemente, por meio
A. Da
repetição de estruturas, garantindo o paralelismo sintático e de ideias.
B. Da
estruturação de frases ambíguas, construindo efeitos de sentido opostos.
C. Da
ordenação de orações justapostas, dispondo as informações de modo paralelo.
D. Do
emprego de vocabulário rebuscado, possibilitando a elegância do raciocínio.
E. Da
apresentação de argumentos lógicos, constituindo blocos textuais independentes.
TEXTO 2
2. A
unidade de sentido de um texto se constrói a partir daquilo que é dito, daquilo
que não é dito, a partir do modo de se dizer, dos motivos, das aparências, do
contexto. Nesse sentido, a partir da leitura do anúncio, depreende-se que
A. A referência à proibição de beber no trânsito
é feita a partir da intertextualidade entre a placa de trânsito, que
normalmente remete à ideia de proibição, tendo ao fundo a imagem de uma
garrafa.
B. A
relação estabelecida entre a frase “novo sinal de trânsito” e a parte não
verbal permite estabelecer um público-alvo específico, ou seja, pessoas
envolvidas com o álcool.
C. O
adjetivo “novo”, seguido do substantivo “sinal” empregado no anúncio, remete à
ideia de que agora existe uma nova placa de trânsito que deve ser respeitada
pelos motoristas.
D. O anúncio tem uma finalidade específica
inter-relacionada, nesse caso, à ideia de persuadir as pessoas a não consumirem
bebidas alcoólicas, pois elas fazem mal à saúde.
E. A conexão estabelecida entre a placa de
trânsito e a imagem da garrafa é construída com o objetivo de evidenciar quais
são os motivos que levam as pessoas a não ingerirem bebida alcoólica enquanto
estão dirigindo.
TEXTO
3
Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se
esqueça: vírgulas significam pausas.
Revista Língua
Portuguesa, n.º 36, outubro de 2008, p. 30.
3. A
publicidade utiliza recursos e elementos linguísticos e extralinguísticos para
propagar sua mensagem. O autor do texto publicitário acima, para construir seu
sentido, baseia-se
A.
Na polissemia da palavra PAUSAS
B.
Na criação de dúvida quanto à quantidade de
trabalho.
C.
Na possibilidade de instruir o leitor quanto
à sua rotina.
D.
Na certeza de surpreender o leitor com
efeitos de humor.
E. No objetivo de alertar o leitor no que se
refere à sua rotina de trabalho diária.
TEXTO
4
Quino, Toda Mafalda, Martins Fontes, p. 323.
4.
A lógica do texto se dá prioritariamente
A. Pela definição da palavra democracia
B. Pelo significado atribuído ao verbete
democracia
C. Pela descrença na aplicação efetiva da
democracia
D.
Pela etimologia que constitui o vocábulo
democracia
E. Pelo efeito de humor gerado pelo sentido de
democracia
TEXTO 5 TEXTO 6
5. A
questão dos refugiados vem mostrando relações cada vez mais eugênicas e
xenófobas entre os povos. Em pleno século XXI, as nações ainda buscam produzir uma seleção nas coletividades humanas.
Partindo desse pressuposto, marque o que for correto sobre os textos em estudo.
I. A imagem 1 é uma releitura da imagem 2;
II. A imagem 2, por aliviar um sofrimento, é uma espécie de catarse da imagem 1;
III. Há intertextualidade entre as duas imagens, uma vez que elas mantêm uma relação dialogal de sentido;
IV. Por transmitir uma informação objetiva sobre a realidade, na imagem 1, predomina a função referencial da linguagem; já na 2, há a predominância da função poética.
I. A imagem 1 é uma releitura da imagem 2;
II. A imagem 2, por aliviar um sofrimento, é uma espécie de catarse da imagem 1;
III. Há intertextualidade entre as duas imagens, uma vez que elas mantêm uma relação dialogal de sentido;
IV. Por transmitir uma informação objetiva sobre a realidade, na imagem 1, predomina a função referencial da linguagem; já na 2, há a predominância da função poética.
A. Somente
o item I está incorreto
B. Somente
o item II está incorreto
C. Somente
os itens I e II estão corretos
D. Somente
os itens II e III estão corretos
E. Somente
os itens III e IV estão corretos
TEXTO 7
Rio ganha estátua da escritora Clarice Lispector
Obra foi inaugurada no bairro do Leme.Escritora foi moradora da região por 12 anos.
Obra foi inaugurada no bairro do Leme.Escritora foi moradora da região por 12 anos.
O bairro do Leme, na Zona Sul do Rio,
ganhou no último domingo (15) uma estátua da escritora Clarice Lispector. Ela
foi moradora do bairro durante 12 anos.
A ideia de homenagear Clarice,
que morou no Leme durante 12 anos, partiu da professora de literatura Teresa
Monteiro, biógrafa de Clarice, e foi apoiada, entre outras pessoas, pela atriz
Beth Goulart, que representou a escritora no teatro. Juntas, elas fizeram um
abaixo-assinado para que a estátua de Clarice, com o cachorro Ulisses, fosse
erguida. “Foi um conjunto de forças, união de várias pessoas”, conta Teresa à
agência Brasil.
6. O
objetivo do texto 7 é
A. Relatar
a biografia de Clarice Lispector
B. Evidenciar
o conjunto de obra da autora
C. Agraciar
a escritora que morou por 12 anos, no Leme, Rio de Janeiro
D. Homenagear
Clarice Lispector pela grandiosidade de sua obra literária
E. Organizar
um abaixo-assinado para que a estátua de Clarice fosse erguida
TEXTO
8
Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino que a
emocionou, perguntou-lhe:
— E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a passear?
— Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa antes que
ele mudasse de ideia.
— E, se me permite, qual é mesmo a sua graça?
— Macabéa.
— Maca — o quê?
— Bea, foi ela obrigada a completar.
— Me desculpe mas até parece doença, doença de pele.
Eu também acho esquisito, mas minha mãe botou ele por
promessa a Nossa Senhora da Boa Morte se eu vingasse, até um ano de idade eu
não era chamada porque não tinha nome, eu preferia continuar a nunca ser
chamada em vez de ter um nome que ninguém tem, mas parece que deu certo — arou
um instante retomando o fôlego perdido e acrescentou desanimada e com pudor —
pois como o senhor vê eu vinguei... pois é...
Clarice
Lispector, A hora da estrela
7.
Clarice Lispector é uma das escritoras mais
aclamadas da literatura modernista brasileira. De origem ucraniana, com sua
escrita intimista, surpreendeu ao colocar o inconsciente em seus
escritos. Portanto, tendo por base
esse excerto de A HORA DA ESTRELA, última obra da autora, assinale a passagem
em que a introspecção se faz mais latente
A.
“Ele
se aproximou e com voz cantante de nordestino que a emocionou...”
B.
“Sim, respondeu atabalhoadamente com pressa
antes que ele mudasse de ideia.”
C.
“— Me
desculpe mas até parece doença, doença de pele.”
D.
“...até
um ano de idade eu não era chamada porque não tinha nome...”
E.
“...pois
como o senhor vê eu vinguei...
TEXTO 9
Miragem,
Augusto de Campos
8. Sobre o poema concreto de Augusto de Campos,
depreende-se que
I. É
possível perceber a preocupação com o efeito óptico, recurso comum na poesia
concreta.
II. Valendo-se
de materiais gráficos e visuais, o poeta rompeu com a estrutura discursiva do
verso tradicional ao propor a geometrização e a visualização da linguagem.
III. Principal
corrente de vanguarda da literatura brasileira na segunda metade do século XX,
o Concretismo buscou referências nas vanguardas europeias, entre elas o Cubismo
e o Futurismo, como se vê no poema de Augusto de Campos.
A. Somente o item I é correto
B. Somente
os itens I e II são corretos
C. Somente
os itens II e III são corretos
D. Somente
os itens I e III são corretos
E. Todos
os itens são corretos
TEXTO 10
TEXTO 11
9. Todo
texto apresenta uma intenção, da qual derivam as escolhas linguísticas que o
compõem. O texto da campanha publicitária e o da charge apresentam,
respectivamente, composição textual pautada por uma estratégia
A. Expositiva,
porque informa determinado assunto de modo isento; e interativa, porque
apresenta intercâmbio verbal entre dois personagens.
B. Descritiva,
pois descreve ações necessárias ao combate à dengue; e narrativa, pois um dos
personagens conta um fato, um acontecimento.
C. Injuntiva,
uma vez que, por meio do cartaz, diz como se deve combater a dengue; e
dialogal, porque estabelece uma interação oral.
D. Narrativa,
visto que apresenta relato de ações a serem realizadas; e descritiva, pois um
dos personagens descreve a ação realizada.
E. Persuasiva, com o propósito de convencer o
interlocutor a combater a dengue; e dialogal, pois há a interação oral entre os
personagens.
TEXTO 12
"Amor?
Receios, desejos,
promessas de paraísos,
depois sonhos, depois risos,
depois beijos!
Depois...
E depois, amada?
Depois dores sem remédio,
depois pranto, depois tédio,
depois... nada!"
"Foge! Arrasta contigo essa tortura
que o remédio é pior do que a própria doença,
pois, para se curar um amor tal qual esse...
- Que me resta fazer ?
- Juca Mulato: esquece! "
"E quando vai buscar sua felicidade,
ele, que poderia encontrá-la em si mesmo,
escondeu-a tão bem que nem sabe onde está!"
" Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!
Menotti Del Picchia. JUCA MULATO
Receios, desejos,
promessas de paraísos,
depois sonhos, depois risos,
depois beijos!
Depois...
E depois, amada?
Depois dores sem remédio,
depois pranto, depois tédio,
depois... nada!"
"Foge! Arrasta contigo essa tortura
que o remédio é pior do que a própria doença,
pois, para se curar um amor tal qual esse...
- Que me resta fazer ?
- Juca Mulato: esquece! "
"E quando vai buscar sua felicidade,
ele, que poderia encontrá-la em si mesmo,
escondeu-a tão bem que nem sabe onde está!"
" Sofre, Juca Mulato, é tua sina, sofre...
Fechar ao mal de amor nossa alma adormecida
é dormir sem sonhar, é viver sem ter vida...
Ter, a um sonho de amor, o coração sujeito
é o mesmo que cravar uma faca no peito.
Esta vida é um punhal com dois gumes fatais:
não amar é sofrer; amar é sofrer mais"!
Menotti Del Picchia. JUCA MULATO
10. A saga do personagem Juca Mulato é versificada no poema
através
A. Da alternância entre felicidade e sofrimento
B. Da persistência mesmo diante de infortúnios
C. Da negação da felicidade mediante seu destino
D. Da passividade frente às intempéries da vida
E. Da submissão à predestinação que lhe fora
traçada
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