QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO E GRAMÁTICA - 08 - TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA

domingo, 19 de junho de 2016

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO E GRAMÁTICA - 08


TEXTO 1
Quem foi Frida Kahlo

Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderon, conhecida como Frida Kahlo, nasceu em 6 de julho de 1907, em Coyoacan, no México, para uma vida cheia de percalços. Frida era uma revolucionária. Ao contrário da elite de sua época, ela gostava de tudo o que era verdadeiramente mexicano: jóias e roupas, objetos de devoção a santos populares, mercados de rua e comidas cheias de pimenta. Fiel ao seu país, a pintora gostava de se declarar filha da Revolução Mexicana ao dizer que havia nascido em 1910.
Militante comunista e agitadora cultural, Frida usou tintas fortes para estampar em suas telas, na maioria autorretratos, uma vida tumultuada por dores físicas e dramas emocionais. Em 1925, aos 18, sua vida mudou de forma trágica. Era setembro e o ônibus (novidade da época) em que Frida e o seu noivo Alejandro Gómez Arias estavam chocou-se em um trem. A pancada foi no meio do ônibus, onde estava sentado o jovem casal. Frida receberia todo o baque do acidente.
Foi nessa dolorosa convalescença, que Frida começou a pintar freneticamente, quando a mãe pendurou um espelho em cima de sua cama. Frida sempre pintou a si mesma: 'Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor'. Suas angustias, suas vivências, seus medos e principalmente seu amor pelo marido, o pintor mexicano Diogo Rivera, com o qual se casa em 1929, eram temas de suas obras.
Ela costumava dizer que 'a tragédia é o mais ridículo que há' e 'nada vale mais do que a risada'. Na madrugada de 13 de julho de 1954, Frida, com 47 anos, foi encontrada morta em seu leito. Oficialmente, a morte foi causada por embolia pulmonar, mas há suspeita de suicídio.
No diário, deixou as últimas palavras: 'Espero alegre a minha partida - e espero não retornar nunca mais.'

1.    Biografia é a descrição dos fatos da vida de uma pessoa. É um gênero textual em que constam peculiaridades como nomes, locais e datas dos principais acontecimentos da trajetória de alguém. Partindo desse pressuposto, é possível depreender do texto biográfico de Frida Kahlo que
I.          Um nacionalismo exacerbado marcou sua vida e obra
II.        Segue uma ordem cronológica linear sobre a vida da pintora.
III.      Sua obra foi marcada por temas de sua trajetória, num dualismo entre anseios exteriores e o interiores
IV.    A obra de Frida Kahlo está imbricada em um forte contexto histórico do qual a pintora participava ativamente
A.    Os itens I e II estão corretos
B.    Os itens II e III estão corretos
C.   Os itens III e IV estão corretos
D.   Somente o item III é incorreto
E.    Todos os itens estão corretos
TEXTO 2

Se você tem pavor de ficar sem celular, pode sofrer de Nomofobia

O medo de não estar conectado atinge cada vez mais pessoas

 

Hoje a maioria das pessoas precisa usar o celular – isso é fato. Mas tem gente que, com isso, está desenvolvendo um verdadeiro pavor de se separar do seu aparelho. Esse distúrbio foi batizado de Nomofobia, uma espécie de sigla para “No more phone phobia” e, segundo um estudo feito nos EUA pela organização SecurEnvoy, 66% da população de americanos sofre com esse problema.
Mais do que medo de perder o celular, as pessoas que sofrem com esse problema afirmam terem medo de não se sentirem acessíveis e conectadas. Por isso, o mesmo estudo mostra que os donos de smartphones dão uma conferida no celular, pelo menos, 34 vezes por dia e 75% dos entrevistados usam o aparelho até no banheiro.
Os dados também revelam que, quanto mais novo você é, maior é a chance de ser afetado pela Nomofobia. Mulheres também têm maiores chances de desenvolver o distúrbio do que os homens.
Quer saber se você também desenvolveu esse medo? Os sintomas são: olhar para o celular obsessivamente (com pouco intervalo de tempo), preocupar-se constantemente com a localização do aparelho e com sua segurança e, nunca, em nenhuma hipótese, desligá-lo. E aí, passou no teste?

2.    Todo e qualquer texto é fruto de um conjunto de fatores, os quais se encontram interligados e se tornam indissociáveis, de modo a permitir que o discurso se materialize de forma plausível. Portanto, tendo por base a tipologia textual na qual está estruturado o texto 2, pode-se dizer que
A.    É um texto predominantemente instrutivo, com traços marcante de injunção
B. Há o predomínio de um ponto de vista fortemente marcado, indicando características da tipologia argumentativa
C.   É um texto expositivo-informativo, uma vez que sua função principal é conceituar um tema por meio de definições e estatísticas
D.  Por se tratar do gênero notícia, o tipo textual que se sobressai é o narrativo-informativo, trazendo um assunto instigante do cotidiano.
E.    A dissertação sobre a nomofobia predomina em todo o texto, com opiniões que tentam persuadir o interlocutor sobre os males desse novo hábito.

TEXTO 3




3.    O Concretismo, fase literária voltada para a valorização e incorporação dos aspectos geométricos à arte, teve seu apogeu em 1956 através da consolidação da poesia concreta como uma nova e inusitada vertente da literatura brasileira. Logo, em se tratando do poema concreto acima, conclui-se que
A.    É uma antítese por apresentar dois conceitos opostos
B.    É uma catacrese por se tratar de um empréstimo linguístico
C.    É uma metáfora porque há uma relação similar de sentido entre os dois termos
D.    É uma metonímia, pois há uma transnominação semântica entre ambos os termos
E.    É um paradoxo, já que a oposição ideológica se dá através de um mesmo referente
TETXO 4


Dik Browne. Hagar, o horrível

4.    No que se refere aos elementos verbais que constituem as falas na tirinha, é possível afirmar que

I.           O tempo verbal que permeia o primeiro quadrinho é o presente
II.     Predomina o modo indicativo, com marcas de constatações sequencias bastante incisivas no primeiro quadrinho
III.        Em “Agora não diga”, a base verbal é própria do presente do subjuntivo, embora enunciada de forma negativa

A.    Somente I e II estão corretos
B.    Somente II e III estão corretos
C.   Somente I e III estão corretos
D.   Somente o item III está incorreto
E.    Todos os itens estão corretos

TEXTO 5
Fechado após fogo, Museu da Língua Portuguesa terá mostras itinerantes
Incêndio destruiu prédio onde funcionava o museu em SP, no fim de 2015.
Mostra itinerante seguirá conceito de tecnologia e interatividade com público.

Segundo a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, a exposição itinerante em 2016 seguirá o conceito central do Museu da Língua Portuguesa, propondo interatividade e tecnologia como veículos para apresentar o idioma ao público, nos seus mais variados sotaques e evoluções. Como o acervo do museu é digital, ele pode ser aplicado e adaptado para outros espaços.
A "Estação da Língua" terá cerca de 300 metros quadrados de área expositiva, e terá entre as atrações o "Mapa dos Falares", que exibe a singularidade do português falado em diferentes regiões do estado de São Paulo.
O percurso será feito por seis áreas expositivas, aberto com citações literárias de Fernando Pessoa, Carlos Drummond de Andrade e Arnaldo Antunes.
O público também poderá conferir um painel gráfico, com as origens da língua, e uma animação em vídeo apresenta as conquistas e a expansão ultramarina de Portugal até 1500, ano do descobrimento do Brasil.

5.    De acordo com as marcas linguísticas e o modo de organização como o texto está estruturado, marque o item incorreto
A.    Em “...propondo interatividade e tecnologia...”, o uso da marca de gerúndio indica uma ação em curso
B.    O uso do particípio na construção “...ele pode ser aplicado e adaptado para outros espaços” indica a função adjetiva dessa forma nominal
C.   A marca verbal em “A "Estação da Língua" terá cerca de 300 metros quadrados de área expositiva” constata o caráter conviccional próprio do modo indicativo
D.   O percurso será feito por seis áreas expositivas...” A construção dos elementos linguísticos dispostos nessa oração traz um caráter passivo ao sujeito
E.    Em “O público também poderá conferir um painel gráfico...” a marca de tempo futuro, nessa construção, caracteriza uma hipotetização do enunciado inerente ao modo subjuntivo

TEXTO 6



https:/www.google.com.br/search?q=invista+na+bolsa:+doação+de+sangue

6.    O gênero textual no contexto em estudo
I.      Pertence à tipologia dissertativa
II.    Utiliza verbos com valor conviccional
III.   Usa o termo BOLSA com apelo financeiro
IV.  Caracteriza a função conativa da linguagem
V.    Traz a marca de persuasão no imperativo do verbo INVESTIR
A.    Somente os itens I e II são corretos
B.    Somente os itens III e IV são corretos
C.   Somente os itens I e V são corretos
D.   Somente os itens II e IV são corretos
E.    Somente os itens IV e V são corretos




TEXTO 7
O todo sem a parte não é todo,
A parte sem o todo não é parte,
Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
Não se diga, que é parte, sendo todo.

Em todo o Sacramento está Deus todo,
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
E feito em partes todo em toda a parte,
Em qualquer parte sempre fica o todo.

O braço de Jesus não seja parte,
Pois que feito Jesus em partes todo,
Assiste cada parte em sua parte.

Não se sabendo parte deste todo,
Um braço, que lhe acharam, sendo parte,
Nos disse as partes todas deste todo.

Todo. In: antologia poética, Gregório de Matos Guerra.


7.    Gregório de Matos, um dos principais expoentes do Barroco no Brasil, firmou-se como o primeiro poeta brasileiro: cultivou a poesia lírica, satírica, erótica e religiosa. São, portanto, elementos da escola barroca presentes no poema acima
A.    Idealização amorosa que perpassa todo o texto
B.    Gosto pelo profano, num paradoxo constante com temas religiosos
C.   Cultismo, marcado principalmente por jogos de palavras e pelo emprego abusivo de figuras de estilo, como metáforas e antíteses
D.   Conceptismo,marcado pelo jogo de ideias, de conceitos, seguindo um raciocínio lógico, nacionalista, que utiliza uma retórica aprimorada
E.    Cenário bucólico, com ares campestres, envolve a temática presente em todo o poema

TEXTO 8


Estêncil é uma técnica de pintura utilizada para aplicar um desenho sobre qualquer superfície, com o uso de tinta. É feito com papel, plástico, metal ou acetato - materiais que tenham uma boa durabilidade e que sejam fáceis de cortar -  para fazer a forma do desenho.
O início do estêncil, segundo alguns autores, deu-se em países orientais como a China e o Japão por de 500 a.c. em que era utilizado com elementos naturais, como folhas e rochas,
Durante a segunda guerra mundial, houve um grande uso dessa técnica para fazer intervenções urbanas, sendo utilizada para fazer propagandas da guerra e como forma de impressão nos uniformes e materiais bélicos. O estêncil  serve de matriz para impressão por mimeógrafo e para a base da pintura serigráfica.
Hoje em dia, o Stencil Art se tornou um novo movimento artístico, urbano, feito na rua e para a rua, com desenhos cada vez mais elaborados, com cortes eletrônicos, possibilitando muito mais a criatividade do artista.  
https://arteurbanaworld.wordpress.com/category/stencil/

8.    O texto aborda particularidades do estêncil, nova forma de arte gráfica que vem ganhando, atualmente, cada vez mais adeptos. Logo, o texto 8 aborda
I.              A criação do estêncil usada para fins bélicos.
II.            A historiografia do estêncil e sua aplicação hoje
III.           O estêncil  como uma técnica nova similar à pintura rupestre à época da pré-história
IV.          O reconhecimento do estêncil como arte de rua, com técnicas mais sofisticadas.
A.    Somente os itens I e II estão corretos
B.    Somente os itens II e III estão corretos
C.   Somente os itens I e III estão incorretos
D.   Somente os itens II e IV estão incorretos
E.    Todos os itens estão corretos




     TEXTO 9                                                         
    

             

                  

9.    Sobre a composição dos textos não verbais acima, confirma-se que
A.    A ausência do elemento verbal prejudica o processo de comunicação
B.    Para que os textos se tornem inteligíveis, seria preciso titulação ou legenda
C.   É possível fazer a compreensão semântica de ambos os textos por meio de inferências com o contexto que os cercam
D.   Não é possível compreender de forma global as ideias que estruturam os dois textos, ficando a interpretação apenas no campo das suposições
E.    A compreensão só é possível através da indução de ideias a qual parte dos elementos particulares que compõem os textos para uma contextualização geral

TEXTO 10

Essa negra fulô


Ora, se deu que chegou
(isso já faz muito tempo)
no banguê dum meu avô
uma negra bonitinha,
chamada negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
— Vai forrar a minha cama
pentear os meus cabelos,
vem ajudar a tirar
a minha roupa, Fulô!

Essa negra Fulô!

Essa negrinha Fulô!
ficou logo pra mucama
pra vigiar a Sinhá,
pra engomar pro Sinhô!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá)
vem me ajudar, ó Fulô,
vem abanar o meu corpo
que eu estou suada, Fulô!
vem coçar minha coceira,
vem me catar cafuné,
vem balançar minha rede,
vem me contar uma história,
que eu estou com sono, Fulô!

(...)

Ó Fulô! Ó Fulô!
(Era a fala da Sinhá
Chamando a negra Fulô!)
Cadê meu frasco de cheiro
Que teu Sinhô me mandou?
— Ah! Foi você que roubou!
Ah! Foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi ver a negra
levar couro do feitor.
A negra tirou a roupa,
O Sinhô disse: Fulô!
(A vista se escureceu
que nem a negra Fulô).

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê meu lenço de rendas,
Cadê meu cinto, meu broche,
Cadê o meu terço de ouro
que teu Sinhô me mandou?
Ah! foi você que roubou!
Ah! foi você que roubou!

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

O Sinhô foi açoitar
sozinho a negra Fulô.
A negra tirou a saia
e tirou o cabeção,
de dentro dele pulou
nuinha a negra Fulô.

Essa negra Fulô!
Essa negra Fulô!

Ó Fulô! Ó Fulô!
Cadê, cadê teu Sinhô
que Nosso Senhor me mandou?
Ah! Foi você que roubou,
foi você, negra fulô?

Essa negra Fulô!


 
LIMA, Jorge de. Essa Nega Fulô. Jornal da Poesia. Disponível em: http://www.jornaldepoesia.jor.br/jorge.html. Acesso em: 10 jun. 2016.

10.  No poema em estudo, Jorge de Lima se debruça sobre as condições existenciais dos negros durante o período escravocrata. Portanto, tendo por base o poema Nega Fulô, marque o que for correto no tocante ao contexto nos quais viviam os escravos àquela época.

I.      Fulô era marcada por estereótipos pejorativos enraizados nas relações étnico-raciais da época, pois era enxergada como a negra gatuna, maliciosa, matreira e subserviente
II.    Apesar do período escravocrata, os negros da época eram tratados como cativos domésticos que, de certa forma, eram uma extensão da família de seus senhores
III.   O negro, à época da escravidão, era visto como mão de obra de exploração, sofrendo, por vezes, processos de aculturação em relação às suas raízes
IV.   A sujeição e a lascívia permeavam as relações entre as escravas e seus senhores os quais as tratavam como objetos sexuais
A.    Somente os itens I e II estão corretos
B.    Somente os itens III e IV estão corretos
C.   Somente o item II está incorreto
D.   Somente o item III está incorreto
E.    Todos os itens estão corretos

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