TEXTO
1
Teste do pescoço revela
racismo no Brasil
Faça
o teste do pescoço e saiba se existe racismo no Brasil. Aplique o Teste do
Pescoço em todos os lugares e depois tire suas próprias conclusões.
Questione-se se de fato somos um país pluricultural; uma Democracia Racial.
Andando pelas ruas, meta o pescoço dentro das joalherias e conte quantos
negros/as são balconistas. Vá em quaisquer escolas particulares, sobretudo as
de ponta, espiche o pescoço pra dentro das salas e conte quantos alunos
negros/as há. Aproveite, conte quantos professores são negros/as e quantos
estão varrendo o chão. Vá a um hospital, tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço
nos quartos e conte quantos pacientes são negros, meta o pescoço a contar
quantos negros médicos há, aproveite para meter o pescoço nos corredores e
conte quantos negros/as limpam o chão. Quando der uma volta num Shopping, ou no
centro comercial de seu bairro, gire o pescoço para as vitrines e conte quantos
manequins de loja representam a etnia negra consumidora. Enfie o pescoço nas revistas
de moda, nos comerciais de televisão, e conte quantos modelos negros fazem
publicidade de perfumes, carros, viagens, vestuários e etc. Vá às universidades
públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há por lá:
professores, alunos e serviçais. Gire o pescoço a procurar quantas domésticas,
serviçais, faxineiros, favelados e mendigos são de etnia branca. Depois se
pergunte qual a causa dos descendentes de europeus ou de orientais não serem
vistos embaixo das pontes ou em favelas ou na mendicância ou varrendo o chão. Gire
o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos
cubanos, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam. Agora, meta o pescoço
nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores, conte quantos
são brancos, é mais fácil.
Luh
de Souza e Francisco Antero
Publicado em 09/07/13, acesso em 12/04/16,
disponível em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2013/07/teste-do-
pescoco-revela- racismo-no-brasil.html
1. Sobre a tese defendida pela autora a
respeito do racismo no Brasil, é possível dizer que
A.
Só
existe racismo em locais específicos no Brasil
B.
O
racismo é um fator de segregação social no país
C.
O
Brasil é um país formado em sua maioria por brancos
D.
O
racismo brasileiro ocorre, principalmente, por parte dos brancos
E.
O
racismo é mais presente em cadeia, em orfanatos e em casas de correção
2. O argumento mais consistente usado pela
autora para comprovar a ausência de uma democracia racial no Brasil se encontra
no trecho
A.
“Vá
a um hospital, tipo Sírio Libanês, enfie o pescoço nos quartos e conte quantos
pacientes são negros...”
B.
“...gire
o pescoço para as vitrines e conte quantos manequins de loja representam a
etnia negra consumidora...”
C.
“Vá
às universidades públicas, enfie o pescoço adentro e conte quantos negros há
por lá: professores, alunos e serviçais...”
D.
“Gire
o pescoço 180° nas passeatas dos médicos, em protesto contra os médicos
cubanos, e conte quantos médicos/as negros/as marchavam...”
E.
“Agora,
meta o pescoço nas cadeias, nos orfanatos, nas casas de correção para menores,
conte quantos são brancos, é mais fácil.”
3. Em se tratando da estrutura tipológica
do texto 1, conclui-se que
I.
Há
apenas a tipologia argumentativa
II.
O
texto é predominantemente narrativo
III.
O
texto é argumentativo e injuntivo
A.
Somente
o item I é correto
B.
Somente
o item II é correto
C.
Somente
o item III é correto
D.
Somente
os itens II e III são corretos
E.
Todos
os itens são corretos
4. Partindo do pressuposto de que as funções da linguagem estão relacionadas à forma
como cada indivíduo organiza sua intenção comunicativa na interação
linguística, analise o texto 1 e marque o que for correto
I.
Uma
das funções presentes no texto é a referencial, já que destaca o assunto ao
qual o fragmento se refere: o racismo no Brasil.
II.
Pelo
fato do texto está todo estruturado em verbos no modo imperativo, há também
características da função conativa da linguagem
III.
A
função que predomina no texto 1 é a emotiva porque apela para a emoção do
destinatário
IV.
Há
a presença da função fática no texto 1, uma vez que o objetivo do texto é
estabelecer a comunicação com o interlocutor
A.
Somente
os itens I e II são corretos
B.
Somente
os itens II e III são corretos
C.
Somente
os itens I e III são corretos
D.
Somente
os itens III e IV são corretos
E.
Somente
os itens I e IV são corretos
TEXTO
2
Cem anos depois, sertão do Ceará guarda
histórias da seca de 1915
Chegou a desolação da primeira fome. Vinha seca e trágica,
surgindo no fundo sujo dos sacos vazios, na descarnada nudez das latas
raspadas. A descrição de uma das mais severas secas no Ceará é
do livro “O Quinze”, da escritora cearense Rachel de Queiroz.
No
sertão do início do século passado, a seca chamou a atenção da jovem escritora
Rachel de Queiroz, que na época tinha apenas 20 anos de idade, e surpreendeu ao
descrever tão bem o drama do sertanejo.
"A
grande ajuda, a grande filantropia da Rachel foi registrar aquilo de forma tão
bela. Quer dizer, ela redimiu aquela situação. O que a literatura pode fazer em
relação à humanidade é a redenção, mostrar as coisas mais sofridas, redimindo,
transformando aquilo em arte e dando uma dignidade a toda aquela situação, a
todos aqueles personagens. Mostrando quem pode ser aqueles personagens,
mostrando quem são realmente porque a ficção permite penetrar naquela realidade
que o documento, muitas vezes, não consegue penetrar”, afirma a escritora Ana
Miranda.
http://g1.globo.com/ceara/noticia/2015/03/cem-anos-depois-sertao-do-ceara-guarda-historias-da-seca-de-1915.html
5. Infere-se do texto 2 que
A.
Aborda,
como temática principal, a biografia de Rachel de Queiroz
B.
Usa,
predominantemente, uma linguagem literária para falar do drama da seca
C.
Demonstra
uma mudança no cenário da seca no sertão após um ciclo de 100 anos.
D.
Objetiva,
prioritariamente, informar sobre a seca de 1915 que assolou o sertão cearense
E.
Utiliza
elemento do fazer literário, em uma linguagem não literária, para abordar a
temática da seca
TEXTO
3
6. É possível dizer que a imagem 1 e a
imagem 2
A.
Amparam
a redução da maioridade de 18 para 16 anos no Brasil
B.
Indicam
argumentos consistentes para a redução da maioridade penal
C.
Ideologicamente,
compactuam com a redução da maioridade penal no Brasil
D.
Defendem
um mesmo ponto de vista a respeito da temática da redução da maioridade penal
E.
Respectivamente,
apontam elementos contrários e favoráveis ao tema da redução da maioridade
penal brasileira
TEXTO
4
A Flor e a Náusea
Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações
e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.
Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas
sem ênfase.
Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.
Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.
Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do
tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.
Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.
Sento-me no chão da capital do país às cinco horas
da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas
em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o
nojo e o ódio.
Carlos Drummond de Andrade, Antologia
Poética – 12a edição – Rio de Janeiro: José Olympio, 1978, ps. 14,15 e 16
7.
A obra de Carlos Drummond de Andrade é sedimentada
em múltiplos temas e numa riqueza de expressão que definem a sua poética. Em
relação à análise interpretativa do poema em estudo, só não se pode afirmar que
A. Existe uma espécie de
militância por parte da voz que fala no texto
B. A mudança social,
enquanto ideal, aparece como uma forma de redenção para o eu lírico
C. Há uma consciência
política em relação ao contexto histórico no qual o eu lírico está inserido
D. O eu lírico se sente
responsável pelo mundo mal feito, enquanto ligado a uma classe opressora.
E. Os elementos
sociopolíticos que permeiam o poema em estudo o desagregam do lirismo próprio
do fazer poético
8. O verso cromático “...vou
de branco pela rua cinzenta...” traduz
I.
Uma espécie de confronto social
II.
A desarmonia entre o eu lírico e o ambiente.
III.
Uma antítese semântica entre o BRANCO e o CINZA
A.
Todos os
itens estão corretos
B. Somente o item I é
correto
C. Somente o item II é
correto
D. Somente o item III é
correto
E. Somente os itens I e II
são corretos
9. De acordo com a lógica
do poema, o verso que melhor representa a NÁUSEA é
A.
“Devo seguir até o enjoo?”
B. “O tempo é ainda de
fezes...”
C.
“Vomitar esse tédio sobre a cidade.”
D.
“Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
E.
“O sol consola os doentes e não os renova.”
10. A FLOR E A NÁUSEA, publicado
em 1945, no livro A ROSA DO POVO contextualiza uma época marcada por crises
fenomenais, como a Segunda Guerra Mundial e, mais especificamente no Brasil, a
Ditadura Vargas. Portanto, a flor e a náusea são, respectivamente, metáforas
para
A. A primavera e o nojo
B. A parcimônia e o
mal-estar
C. A esperança e a
repugnância
D. A expectativa e o
desconforto
E. A confiança e a
incredulidade
GABARITO
1.B
2.E
3.C
4.A
5.E
6.E
7.E
8.A
9.D
10.C
Muito interessante esta atividade!!! Parabéns, professora!!!
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