...MAS
QUE ROUPA VOCÊ USAVA?
A
História comprova que a opressão às mulheres é algo que permeia a sociedade
desde épocas remotas. Independente de etnia, de nacionalidade, de profissão ou
mesmo de estratificação social, a mulher aparece como um ser submisso, passivo
e objetificado por um ideário patriarcal e machista. Foi assim à época do descobrimento
do Brasil com as
índias. Foi assim à
época escravocrata com
as negras. Foi assim à época da ditadura com as revolucionárias. E vergonhosamente ainda o é, hoje, em relação a
várias mulheres sociedade aqui e afora.
Dentro desse contexto, muitos se chocam com crimes sexuais cometidos na Índia, no
Paquistão, no Congo, no Iêmen - países conhecidos mundialmente pelas
atrocidades cometidas contra mulheres – mas, no Brasil, por exemplo, culpabilizam, muitas vezes, a vítima
de estupro em decorrência do lugar onde estava, da roupa que usava e até mesmo
do horário em ocorrera o fato, corroborando um famigerado, porém equivocado, cenário para a questão cultural do estupro no Brasil:
de que a culpa também é da vítima, mesmo diante de dados estatísticos da Secretária de políticas para as
mulheres, de 2015, de que a cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil,
números deploráveis que colocam o país entre os
mais violentos no que tange a crimes sexuais
Em contraponto a um Brasil tão marcado culturalmente por estereótipos
que depreciam a imagem feminina, é preciso ações contundentes que possam
ressignificar a figura da mulher na sociedade brasileira; logo, a igualdade de
gênero aparece como um pontapé inicial nessa tarefa, uma vez que o machismo e o
patriarcalismo - associados a um poderio secular de posse do homem sobre a
mulher – fomentam a cultura do estupro no Brasil; portanto, urge a criação
de políticas públicas voltadas, sobretudo, para o setor educacional a fim de conscientizar os educando quanto à
importância de discutir a respeito de temáticass sexuais, posto que a escola é um
dos principais ambientes de formação do indivíduo. Em adição a esse emblema, a Lei 12.015/09, que versa sobre
os crimes contra a liberdade sexual, também é uma forte aliada no que compete à
proteção e à dignidade das vítimas de crimes de natureza sexual no país.
Face ao exposto, faz-se imprescindível extirpar
a cultura do estupro no Brasil. Dessa forma, é essencial um trabalho copartícipe dos principais
pilares da sociedade: família, escola e Estado. Portanto, cabe à família educar as crianças dentro de preceitos
que primem pela igualdade de gêneros, sem distinção de orientação por sexo,
contribuindo, assim,
para uma construção
familiar equânime, em detrimento do patriarcalismo. No que concerne à escola, é
essencial que a cultura do estupro seja debatida em seminários e em mesas
redondas, principalmente, nas aulas de ciências humanas, como forma de instruir
os educando quanto ao combate a toda e qualquer prática incitadora de violência
sexual. Ademais,
é de responsabilidade do
Estado brasileiro, por
sua vez, coibir
os crimes de ordem sexual, sancionando artigos que endureçam, cada vez mais, a atual legislação que trata
de infrações contra a dignidade sexual. Educar e instruir são ações
fundamentais para
desenraizar a cultura do
estupro no Brasil,
pois somente o
ato de punir é um forte indício de que as raízes desse problema são profundas e
talvez inextirpáveis.
TURQUESA: título (É opcional, mas é uma forma de instigar o leitor à leitura
do texto)
VERDE BRILHANTE: repertório sociocultural produtivo
VERDE ESCURO: introdução por comparação temporal
VERMELHO:
tese
CINZA CLARO: contra-argumento
CINZA ESCURO: retorno à tese
AZUL:
expressões de força argumentativa que configuram autoria
LILÁS: dados estatísticos trazem consistência argumentativa ao
texto
AMARELO: coesão
ROSA: intervenção
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