QUESTÕES SOBRE O LIVRO "CINCO MINUTOS" - TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

QUESTÕES SOBRE O LIVRO "CINCO MINUTOS"



                                            Non ti scordar di me!
José de Alencar, Cinco minutos,1856.
AD...
É uma história curiosa a que lhe vou contar, minha prima.
Mas é uma história e não um romance.
Há mais de dois anos, seriam seis horas da tarde, dirigi-me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí.
Sabe que sou o homem menos pontual que há neste mundo; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas qualidades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis e esse mau costume dos ingleses.
Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações de uma pêndula.
Tudo isto quer dizer que, chegando ao Rocio, não vi mais ônibus algum; o empregado a quem me dirigi respondeu:
— Partiu há cinco minutos.
Capítulo 1, pág.17.

1.    O enredo de Cinco minutos é contado em forma de correspondência entre o protagonista e sua prima, de iniciais AD.
a)    Tal enredo deu-se a partir de uma eventualidade. Transcreva uma passagem do texto como comprovação a essa afirmação.


b)    Entusiasta da liberdade, não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio...” Que característica do narrador-personagem pode-se perceber a partir do trecho destacado?

O ônibus parou; uma outra senhora ergueu-se e saiu.
Senti a sua mão apertar a minha mais estreitamente; vi uma sombra passar diante de meus olhos no meio do ruge-ruge de um vestido, e quando dei acordo de mim, o carro rodava e eu tinha perdido a minha visão.
Ressoava-me ainda ao ouvido uma palavra murmurada, ou antes suspirada quase imperceptivelmente:
Non ti scordar di me! ...
Lancei-me fora do ônibus; caminhei à direita e à esquerda; andei como um louco até nove horas da noite.
Nada!
Capítulo 1, pág.20.

2.    A partir desse fragmento, assim como do contexto global de Cinco minutos, coloque V para verdadeiro e F para falso.

(   ) Carlota se deixou enamorar pelo protagonista porque já o conhecia
(   ) Carlota não conhecia o protagonista, mas foi amor à primeira vista
(   ) A jovem estava envolta em uma atmosfera de mistério porque escondia um segredo
(   ) “Non ti scordar di me” foi a frase que Carlota disse antes de sua morte.
(   ) O protagonista reencontra Carlota; mas, infelizmente, o amor de ambos não consegue vencer os obstáculos que os cercam.


QUINZE dias se passaram depois de minha aventura.
Durante este tempo é escusado dizer-lhe as extravagâncias que fiz.
Fui todos os dias a Andaraí no ônibus das sete horas, para ver se encontrava a minha desconhecida; indaguei de todos os passageiros se a conheciam e não obtive a menor informação.
Estava a braços com uma paixão, minha prima, e com uma paixão de primeira força e de alta pressão, capaz de fazer vinte milhas por hora.
Capítulo 2, pág.20.

3.    O livro Cinco minutos, de José de Alencar, é um dos clássicos da Escola Romântica, estilo literário que tem como característica principal a idealização amorosa. Logo, caracterize cada um dos trechos que seguem de acordo com a legenda indicada.

(  A ) insensatez
(  B ) ultrarromantismo
(  C ) desespero amoroso
(  D ) estado de divagação


(   ) Durante este tempo é escusado dizer-lhe as extravagâncias que fiz.
(   ) Fui todos os dias a Andaraí no ônibus das sete horas
(   ) com uma paixão de primeira força e de alta pressão
(   ) capaz de fazer vinte milhas por hora.

4.    Esta breve novela ou romance foi dada ao público em folhetins, no Diário do Rio de Janeiro, no ano de 1856. Saiu em livro em 1857 e, em 1860, foi republicada. Portanto, marque CERTO ou ERRADO em relação à obra Cinco minutos.

(___________) AD era uma ex-namorada do protagonista
(___________) O protagonista reencontra sua misteriosa amada em um baile
(___________) A mulher pela qual o narrador se apaixonou era uma senhora viúva
(___________) No camarote do espetáculo, finalmente, a fisionomia da jovem é revelada
(___________) O leitor em relação à obra é uma terceira pessoa, uma espécie de espectador de tudo o que acontece.


Recolhendo-me no dia seguinte, achei em casa uma carta.
Antes de abri-la conheci que era dela, porque lhe tinha imprimido esse suave perfume que a cercava como uma auréola.
Eis o que dizia:
"Julga mal de mim, meu amigo; nenhuma mulher pode escarnecer de um nobre coração como o seu.
"Se me oculto, se fujo, é porque há uma fatalidade que a isto me obriga. E só Deus sabe quanto me custa este sacrifício, porque o amo!
"Mas não devo ser egoísta e trocar sua felicidade por um amor desgraçado.
"Esqueça-me.
Capítulo 3, pág.24.

5.    "Se me oculto, se fujo, é porque há uma fatalidade que a isto me obriga.
a)    A que fatalidade Carlota se refere?

b)    Carlota temia que o amado a julgasse mal, pensando que ela estava a zombar de seu amor. Que palavra no fragmento acima demonstra esse receio?


c)    "Mas não devo ser egoísta e trocar sua felicidade por um amor desgraçado. ”
Explique por que Carlota achava que, se cedesse aos galanteios do protagonista, ela estaria sendo egoísta e acabaria por desgraçá-lo.


Na mitologia grega, Cronos é o mais jovem dos titãs, filho de UranoGaia. Ele era o rei dos titãs e o grande deus do tempo, sobretudo quando este é visto em seu aspecto destrutivo, o tempo invencível que rege os destinos e a tudo devora.
Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Cronos. Acesso em 23.set.2017.

6.    Segundo o dicionário Aurélio, tempo “é a medida de duração das coisas.”
a)    Por que o tempo é, portanto, considerado um elemento primordial para o desenrolar dos fatos na narrativa?


b)    No fragmento acima, que trecho está relacionado à importância do tempo no enredo de Cinco minutos?


Se algum dia se apaixonar, minha prima, aconselho-lhe as viagens como um remédio soberano e talvez o único eficaz.
Capítulo 3, pág.25.

7.    O escapismo, tendência para fugir da realidade ou da rotina, era uma característica marcante na obra em estudo.
a)    Onde o protagonista passou nove dias tentando esquecer sua amada

b)    Para qual cidade serrana Carlota viajou como forma de respirar outros ares?

c)    Como Carlota resolveu contar a história de sua vida ao seu amado?

d)    Para onde Carlota viajou pensando está fazendo sua última viagem?

e)    O que o protagonista comprou para tentar alcançar sua amada antes que ela partisse.


Escuta; quando sentires a minha mão gelada, quando as palpitações do meu coração cessarem, prometes receber nos teus lábios a minha alma?
(...)
Era o primeiro beijo de nosso amor, beijo casto e puro, que a morte ia santificar.
Sua fronte se tinha gelado, não sentia a respiração nem as pulsações do seu seio.
Capítulo 10, pág.51.

8.    De acordo com os acontecimentos que realmente permearam a narrativa, assinale (S) para sim e (N) para não.
(   ) A morte santificou esse amor
(   ) Carlota fora enterrada na Itália
(   ) Carlota, após ser beijada, lutou pela vida.
(   ) O protagonista casou-se com Carlota, mas logo ficou viúvo
(   ) Após a viuvez do narrador-personagem, ele casou com sua prima AD
  

Tempo perdido
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo

Todos os dias antes de dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
(...)
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Renato Russo, Tempo perdido. Álbum Dois, 1986. EMI.

9.    O protagonista se via sempre refém do tempo na narrativa, passando por muitos sacrifícios e martírios em nome do amor.
a)    Tendo por base o final da obra, pode-se afirmar que o tempo despendido para o protagonista ficar com sua amada foi um tempo perdido? Justifique.

b)    Carlota e seu amado perderam muito tempo, por ela se achar vítima do destino; mas agora seria diferente.
Retire, portanto, dois versos do texto que serviriam de exemplo para demonstrar que o tempo agora estava favorável aos enamorados.


As sem razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.

(...)

Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia. 1930

10.    Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Comparando o trecho final do poema de Drummond ao desfecho de Cinco minutos, é possível afirmar que o amor venceu a morte? Explique descrevendo em poucas palavras o final da narrativa.












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