TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA: 2016

sábado, 5 de novembro de 2016

DICAS FUNDAMENTAIS PARA A CONSTRUÇÃO DE UM TEXTO ESTILO ENEM



·         TEMA E CONSTRUÇÃO DA TESE

            Um dos grandes erros do redator é, muitas vezes, falar apenas do eixo temático da proposta e se esquecer de construir uma tese em cima também dos satélites lexicais que circundam o tema. Por exemplo, em 2013, o tema da redação do ENEM foi OS EFEITOS DA IMPLANTAÇÃO DA LEI SECA NO BRASIL. Muitos candidatos não alcançaram a nota máxima nas competências II e III porque discorreram apenas sobre a Lei seca brasileira e não desenvolveram uma tese que abrangesse os efeitos da implantação da Lei. Portanto, observe se o desenrolar da sua redação contempla o eixo temático da proposta: neste exemplo, (Lei seca) e, principalmente, se abrange os satélites lexicais que complementam semanticamente o tema proposto: neste caso, (os efeitos da implantação e Brasil).

·         INTRODUÇÃO

A introdução é uma das partes mais fundamentais do texto. É ela que, de pronto, encanta o corretor. É logo no parágrafo introdutório que o participante deve fugir do tangenciamento. Por isso, inicie seu texto situando o tema num contexto histórico geral; em seguida, insira a temática num contexto histórico brasileiro e, através do marcador temporal adverbial HOJE, construa a tese já embasada na temática exigida na proposta, ou seja, situando seu comentário à luz da atualidade.
Numa proposta cujo tema fosse, por exemplo, A QUESTÃO DO MEIO AMBIENTE NO BRASIL, veja um exemplo de introdução:
Desde a época dos filósofos pré-socráticos naturalistas, o homem acreditava que só poderia viver em harmonia se estivesse em equilíbrio com a natureza, na qual, para esses pensadores, estava o princípio (arché) da origem e composição do Universo.  A partir da década de 70, preocupados com os avanços das problemáticas ambientais, os líderes globais idealizaram várias conferências com o intuito de propor ideias de preservação verde. Hoje, em especial, o Brasil - país que possui um dos maiores potenciais ecológicos do mundo - vive imerso numa crise ambiental sem precedentes, que tem como um dos maiores incitadores o caráter perdulário da população brasileira.

·         TIPOLOGIA

Outro grande problema do candidato é, na preocupação com o repertório sociocultural, redigir apenas um texto dissertativo, rico em informações históricas, sociológicas filosóficas... no entanto, esquecer-se de argumentar, de apresentar um ponto de vista explícito sobre o tema. Essa argumentação pode vir através de palavras, de expressões, de enunciados de força que configurem autoria.
Exemplo:

Hoje, em especial, o Brasil - país que possui um dos maiores potenciais ecológicos do mundo - vive imerso numa crise ambiental sem precedentes, que tem como um dos maiores incitadores o caráter perdulário da população brasileira.


·         CONTRA-ARGUMENTO

O contra-argumento não é obrigatório à proposta do ENEM, mas traz ao texto outra óptica sobre a tese defendida, demonstrando, inclusive, uma certa perícia na construção da argumentação. Por exemplo, ainda seguindo a temática ambiental, o participante poderia construir um comentário contra-argumentativo sobre a questão das dimensões continentais do Brasil e, a partir de então, abordar que esse aspecto do país dificulta a fiscalização em se tratando, principalmente, da questão do desmatamento, das queimadas, do desperdício... o que só reforça a cultura da perdularia no país.

·         INTERVENÇÃO

A intervenção é o “calcanhar de Aquiles” de muitos candidatos, pois, muitas vezes, o participante constrói um texto perfeito, mas se  esquece de propor sugestões de melhoria à problemática desenvolvida. Muitos só concluem a redação, mas não intervêm como forma de solucionar os problemas que foram elencados anteriormente. Da mesma forma, as soluções propostas devem estar articuladas aos problemas apontados no texto e não aparecerem meramente de forma desconexas e desatreladas de tudo que fora argumentado. Na intervenção, não podem também faltar os dois agentes, as ações bem detalhadas e a finalidade do que está sendo proposto. Ainda seguindo o exemplo da questão ambiental no Brasil, leia-se:

Logo, faz-se imprescindível que o Ministério do Meio Ambiente ponha em prática os artigos da Lei do Código Florestal que regem as questões ambientais no Brasil, por meio de uma fiscalização mais efetiva e contumaz no que tange às infrações que degradam o meio ambiente brasileiro; essas inspeções podem ser deliberadas com a contração de mais agentes para compor os órgãos fiscalizadores. Faz-se, fundamental, sobremaneira, que as Secretarias Estaduais de Educação idealizem projetos transversais de educação ambiental a serem trabalhados nas escolas, em coparticipação, principalmente, com as disciplinas de geografia e de biologia, a fim de instruir o educando do quão essencial é se viver em uma sociedade mais sustentável, pois como diria Sêneca: “Se vives de acordo com as leis da natureza, nunca serás pobre.”


terça-feira, 4 de outubro de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 38

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema TRÁFICO DE PESSOAS BRASILEIRAS: RETROCESSO SOCIAL NO SÉCULO XXI. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
            O tráfico de pessoas é uma forma moderna de escravidão. As vítimas, geralmente, são mulheres, crianças e adolescentes aliciados no mundo todo, ou para exploração sexual ou para mão-de-obra escrava. Segundo as estimativas globais da ONU, mais de 2 milhões de pessoas são vítimas do tráfico humano a cada ano.
Uma campanha do Ministério da Justiça está nas ruas de dez grandes cidades para alertar contra o tráfico de pessoas, um crime tão grave e lucrativo quanto o tráfico de drogas, embora o grande público ainda não o perceba dessa forma. Além de campanha publicitária e distribuição de folhetos, são divulgadas, em aeroportos, rodoviárias e shoppings, imagens planejadas para causar impacto.
Nos últimos 20 anos, a Polícia Federal (PF) instaurou cerca de 800 inquéritos envolvendo o tráfico de pessoas. O aumento no número de casos passou a ser substancial a partir do ano 2000, agravando-se com o passar dos anos e demonstrando claramente – pelo alto faturamento das quadrilhas – ser um dos males do século XXI. O estado de Goiás desponta como o líder no ranking, com 147 inquéritos – maior do que São Paulo (99). Os números refletem, também, uma ação mais efetiva do governo no combate a essa prática criminosa.
    O tráfico de pessoas é considerado uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo e movimenta US 31,6 bilhões por ano, com um impacto econômico comparável ao tráfico de drogas e de armas. É um crime oportunista, que se aproveita da miséria e da ignorância. A maioria das vítimas está inserida em grupos vulneráveis, que, devido à falta de alternativas de sobrevivência em seus locais de origem e à promessa de melhores salários, se tornam presas ideais.
     Segundo pesquisa do escritório da ONU contra Drogas e Crime (UNODC), realizada em 115 países e publicada em 2014, as principais vítimas brasileiras são adolescentes e mulheres, a maioria, para prostituição.
 Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
 Nº 984 – Brasília, 11 de fevereiro de 2015 

TEXTO 2
Lei 11.106/05
Capítulo V
Do lenocínio e do tráfico de pessoas
________________________________________________________________
* Lenocínio: ação de explorar, estimular ou favorecer o comércio carnal ilícito, ou induzir ou constranger alguém à sua prática.

Tráfico internacional de pessoas
Art. 231. Promover, intermediar ou facilitar a entrada, no território nacional, de pessoa que venha exercer a prostituição ou a saída de pessoa para exercê-la no estrangeiro:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.
§ 2o Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude, a pena é de reclusão, de 5 (cinco) a 12 (doze) anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
Tráfico interno de pessoas
Art. 231-A. Promover, intermediar ou facilitar, no território nacional, o recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento ou o acolhimento da pessoa que venha exercer a prostituição:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

TEXTO 3

TEXTO 4
As aliciadoras e recrutadoras de pessoas, seja para mão-de-obra escrava, seja para fins sexuais ou tráfico de órgãos, são em sua maioria mulheres (55%), embora a maior parte dos presos por atividades ligadas ao tráfico de pessoas sejam homens. Dos 514 inquéritos instaurados pela Polícia Federal entre 2004 e 2014, 157 eram relacionados ao tráfico internacional de pessoas, 13 ao tráfico interno de brasileiros e 344 ao trabalho escravo.
Atualmente, ligações gratuitas para o número 180 recebem denúncias de mulheres em situação de vulnerabilidade e de vítimas de tráfico. Além de atender à demanda nacional, o governo espera ampliar o serviço para receber denúncias do exterior. “Queremos garantir telefonema gratuito de qualquer país e só a partir daí podemos acionar o Ministério da Justiça e a Polícia Federal para que se inicie o processo de identificação dos traficantes e a prisão como consequência”, afirmou a ministra Eleonora Menicucci.
Fonte: Revista Veja
Edição 2309 -  26/02/2015

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 37

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O ESPORTE COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL NO BRASIL Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
Esporte: identidade nacional e redenção
O esporte passou por relevantes transformações juntamente com o desenvolvimento das sociedades modernas e os movimentos gerados pela globalização. Apesar disso, a prática esportiva sempre esteve essencialmente atrelada à ideia de identidade nacional. Isso pode ser claramente percebido pelo fato de os atletas e equipes carregarem em seus corpos símbolos do país ao qual pertencem. Geralmente, as cores da bandeira nacional estão, de alguma forma, ligadas a esses esportistas. Dessa forma, eles representam a nação que os abriga em competições que acontecem em diversas partes do mundo. Assim, esses atletas que participam de competições de alto rendimento em outros países estão defendendo uma comunidade.
Neste sentido, o esporte é um dos componentes que demarca a identidade nacional de um país. O Brasil, por exemplo, é ligado à imagem do futebol. Como defende Roberto DaMatta: “Neste país, o futebol é um instrumento de comunicação social e de construção da identidade nacional.” Já os Estados Unidos, para citar outro exemplo, estão mais ligados ao basquete e, principalmente, ao futebol americano.
De certa maneira, o esporte acaba servindo como um espaço onde os países podem demonstrar sua potência. Na época da Guerra Fria, Estados Unidos e Rússia disputavam entre si qual nação conquistava o maior número de medalhas. Dessa maneira, o esporte se atrelava ao poderio militar econômico e político para constituir a influência desses países no contexto mundial.
Em verdade, o esporte é uma espécie de redenção, capaz de transformar realidades que, talvez, não teriam outra oportunidade se não fossem as chances  geradas por bolas, raquetes, redes, quimonos e afins.

TEXTO 2

 
TEXTO 3
No dia 02 de outubro de 2010, quando o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, anunciou a escolha do Rio de Janeiro para a sede dos Jogos Olímpicos de 2016, o Brasil inteiro comemorou. No entanto, a maioria dos brasileiros não tinha ideia da importância dessa decisão histórica para o futuro do país.
Sem dúvida, os legados que os Jogos Olímpicos Rio 2016 deixarão para a cidade maravilhosa – e, consequentemente, para o Brasil – tais como os de segurança, infraestrutura, transporte, turismo, dentre outros, serão visíveis e mensuráveis. No entanto, o Sistema CONFEF/CREFs vem alertando as autoridades, políticos, Profissionais de Educação Física e sociedade em geral quanto aos legados socioeducacionais.(…)
O simples fato de o Brasil ser sede dos Jogos Olímpicos, certamente, já está causando um impacto positivo entre as crianças e os jovens na medida em que um evento deste porte envolve emoção, glórias, conquistas, além de contar com a participação de atletas renomados do esporte mundial. Outros legados, como os de infraestrutura, por exemplo, também servirão como estímulo para a inclusão da juventude no esporte.

TEXTO 4
A prática do esporte pode transformar as vidas de muitas crianças e adolescentes, estimulando a superação de barreiras e limitações e o crescimento das noções de solidariedade e respeito às diferenças. Quem pratica esportes tem a oportunidade de se tornar um cidadão melhor, porque treina também para a vida, para exercer os seus direitos e compreender os seus deveres com disciplina e determinação.
No esporte brasileiro são inúmeros os exemplos de superação, inclusão social e sucesso por meio do esporte. Se falarmos sobre futebol, logo lembramos de Ronaldo “Fenômeno”. Nascido na periferia do Rio de Janeiro numa família muito humilde, Ronaldo foi descoberto muito cedo e aos 17 anos já disputava sua primeira Copa do Mundo. (…) Outro ótimo exemplo é a pivô da seleção brasileira de basquete feminino, Bianca Araújo. A jovem de 18 anos era catadora de lixo nas ruas de Santo André, no ABC Paulista, desde os sete anos de idade, ao lado da mãe e do irmão. Aos 13 anos foi descoberta por acaso e viu sua vida mudar totalmente de rumo. Hoje, a menina de 1,91m de altura é uma das promessas do basquete brasileiro.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 36

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema ACESSIBILIDADE E CIDADANIA: A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO 1
Lei brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) entra em vigor e beneficia 45 milhões de pessoas

Entrou em vigor neste sábado (2) o Estatuto da Pessoa com Deficiência, que traz regras e orientações para a promoção dos direitos e liberdades dos deficientes com o objetivo de garantir a essas pessoas inclusão social e cidadania. A nova legislação, chamada de Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, garante condições de acesso à educação e à saúde e estabelece punições para atitudes discriminatórias contra essa parcela da população. Hoje, no Brasil, existem 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. A lei foi sancionada pelo governo federal em julho e passa a valer somente agora, 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União.
Um dos avanços trazidos pela lei foi a proibição da cobrança de valores adicionais em matrículas e mensalidades de instituições de ensino privadas. O fim da chamada taxa extra, cobrada apenas de alunos com deficiência, era uma demanda de entidades que lutam pelos direitos das pessoas com deficiência. Quem impedir ou dificultar o ingresso da pessoa com deficiência em planos privados de saúde está sujeito a pena de dois a cinco anos de detenção, além de multa. A mesma punição se aplica a quem negar emprego, recusar assistência médico-hospitalar ou outros direitos a alguém, em razão de sua deficiência.
Outra novidade da lei é a possibilidade de o trabalhador com deficiência recorrer ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço quando receber prescrição de órtese ou prótese para promover sua acessibilidade. Ao poder público cabe assegurar sistema educacional inclusivo, ofertar recursos de acessibilidade e garantir pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, de acordo com a lei. Para escolas inclusivas, o Estado deve oferecer educação bilíngue, em Libras como primeira língua e português como segunda.
http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2016- 01/estatuto-da-pessoa-comdeficiencia-entra-hoje-em- vigor-e- garante

TEXTO 2


TEXTO 3
Tecnologia Assistiva: oportunidades, independência e inclusão da pessoa com deficiência
Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
A maioria das pessoas pode pensar que esse seja um tema afeto à ciência e tecnologia, à saúde, à indústria, à educação, etc. Na verdade é um conceito muito mais amplo, um elemento chave para a promoção dos Direitos Humanos, pelo qual as pessoas com deficiência têm a oportunidade de alcançarem sua autonomia e independência em todos os aspectos de suas vidas. Para isso é necessária a adoção de medidas que assegurem seu acesso, em bases iguais com as demais pessoas. É preciso que obstáculos e barreiras à acessibilidade sejam identificados e eliminados, de acordo com a nova conceituação de deficiência.
Ao abordamos a questão da acessibilidade, é importante destacar que há de se incluir nessa soma o número de pessoas com deficiência, de idosos, gestantes, lactantes e outras pessoas com “mobilidade reduzida”, seja ela em caráter permanente ou temporário. Nesse escopo, trata-se de aproximadamente 43,5% da população brasileira. Ao serem envolvidas as famílias e outras pessoas no seu cuidado e acompanhamento, a cifra pode ultrapassar 70% dos brasileiros.
O desenvolvimento de recursos e outros elementos de Tecnologia Assistiva têm propiciado a valorização, integração e inclusão dessas pessoas, promovendo seus direitos humanos. Por essa razão, o tema tem assumido um espaço importante nas ações desenvolvidas pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República.

TEXTO 4


As Paraolimpíadas são o equivalente das Olimpíadas tradicionais, porém ocorre a participação somente de atletas com deficiências físicas e sensoriais (exemplos: amputações, cegueira e paralisia cerebral) e deficientes mentais. As modalidades são adaptadas (tempo, quadras, equipamentos, pistas) às necessidades físicas dos atletas. Estes jogos mostram que, apesar da deficiência física, estas pessoas conseguem se dedicar aos esportes em nível profissional. É um exemplo de integração e inclusão social e esportiva para os portadores de necessidades especiais. Os Jogos Paralímpicos são organizados pelo Comitê Paralímpico Internacional com sede em Bonn (Alemanha).
As Paraolimpídas foram organizadas pela primeira vez em 1960 e aconteceram na cidade de Roma (Itália). Organizada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional), esta primeira edição teve competições dos seguintes esportes: esgrima, basquete, atletismo, tênis de mesa e arco-e-flecha.

domingo, 11 de setembro de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 35

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema OS DESAFIOS DA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto 1
 Lei nº 9434/97
Art. 4º:  A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9434.htm. Acesso em 26 ago 2016.

Texto 2
Senado examina projeto que restabelece doação presumida de órgãos para transplantes
            Entre 1997 e 2001, vigorou legalmente no país a doação presumida, pela qual todo brasileiro era considerado doador, a menos que optasse por registrar vontade em contrário em documento pessoal de identidade. Para o senador Humberto Costa (PT-PE), esse segundo modelo pode ajudar a salvar mais vidas, aumentando a oferta de órgãos e tecidos para fins de transplantes e outras terapias. Por isso, ele apresentou o projeto de lei PLS 405/2012 para que a Lei de Transplantes (Lei 9.434/1997) volte a adotar a doação presumida, a exemplo do que acontece em outros países, como a Espanha, considerada modelo na área de transplantes. (...)  
http://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2013/07/26/senado-examina-sugestao-de-retorno-da-doacao-presumida-deorgaos-para-transplantes/. Acesso em 26 ago 2016. Adaptado.

Texto 3


Texto 4
Cresce doação de órgãos no Brasil, mas rejeição de famílias ainda é alta
            O Brasil registrou crescimento nas doações e transplantes de órgãos em 2014, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Foram 7.898 órgãos doados no ano passado, 3% a mais que em 2013. A taxa de doadores também subiu de 13,5 por milhão de pessoas para 14,2 por milhão, no entanto, ficou abaixo da meta proposta pela associação para 2014, que era de 15 por milhão. Além disso, o índice está longe de alcançar o objetivo de 20 doadores por milhão pessoas até 2017.
Outro problema que dificulta a realização dos transplantes é a falta de autorização da família para a cirurgia. Medida pela chamada “taxa de negativa familiar”, o índice em 2014 ficou em 46%, apenas 1% menor que em 2013. Em alguns estados, o percentual de famílias que não aceitam que um parente doe seus órgãos é ainda maior. Em Goiás, por exemplo, o valor salta para 82%. Em Sergipe, para 78% e no Acre 73%.

TEXTO 5
Ceará lidera ranking de transplantes de fígado no Brasil pelo terceiro ano
Hospital Walter Cantídio, da UFC, foi o que mais realizou o procedimento.
Taxa do Ceará supera a do Distrito Federal e Santa Catarina.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Hospital Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará (UFC), é líder em número de transplantes de fígado no Brasil, com 133 procedimentos no ano passado e sobrevida em 86% dos casos. Desde 18 de maio de 2002, data da primeira cirurgia, o Serviço de Transplante de Fígado do Walter Cantídio já realizou 1.148 transplantes do órgão.
O Ceará também é o estado com a melhor taxa de transplantes de fígado do país, com 198 procedimentos, à frente de Distrito Federal e Santa Catarina. As informações estão no Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), uma publicação da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) relativa ao ano de 2015. 
Além disso, o Ceará ocupa o terceiro lugar em transplantes de órgãos de doadores falecidos e também o terceiro em doadores efetivos por milhão da população (pmp). Em 2014, o Ceará realizou 195 transplantes de fígado.

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 34

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema A EDUCAÇÃO COMO FERRAMENTA DE TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
Ao propor uma reflexão sobre a educação brasileira, vale lembrar que só em meados do século XX o processo de expansão da escolarização básica no país começou, e que o seu crescimento, em termos de rede pública de ensino, deu-se no fim dos anos 70 e início dos anos 80.
O Brasil ocupa o 53º lugar em educação, entre 65 países avaliados pelo
Programa Internacional de Avaliação Educacional (PISA). Mesmo com o programa social que incentivou a matrícula de 98% de crianças entre 6 e 12 anos, 731 mil crianças ainda estão fora da escola, segundo dados do último censo do IBGE. O analfabetismo funcional de pessoas entre 15 e 64 anos foi registrado em 28% no ano de 2010; 34% dos alunos que chegam ao 5º ano de escolarização ainda não conseguem ler; 20% dos jovens que concluem o ensino fundamental, e que moram nas grandes cidades, não dominam o uso da leitura e da escrita e os professores são desvalorizados num país que se auto denomina Pátria Educadora.
Tanto se fala de que é preciso transformarmos a sociedade em que vivemos, mas isso é impossível se não tivermos a educação como umas das prioridades básicas para a melhoria da condição humana. É uma conta que nunca vai “bater”, pois não há como termos uma sociedade melhor, menos violenta, menos excludente se não há a oportunidade de educação para a sua população.
Enquanto isso, nós continuamos longe de atingir a meta de alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade e carregando o fardo de um baixo desempenho no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), com o índice de aprovação -  na média de 0 a 10 - de 4,0, com o sonho de chegarmos a 6 em 2022.
                    
 TEXTO 2            
                      

TEXTO 3

Educador transforma geladeiras em bibliotecas para a população do DF

O pequeno Nícolas Heero de três anos brincava na Praça da QE 17, localizada no Guará II, Distrito Federal. Ao ver uma geladeira pintada perto dos parquinhos ele logo correu para ver o que tinha dentro. Ao abrir, a grande surpresa. "Ué, mas não tem comida", disse. O espanto não é apenas das crianças. Os adultos também se surpreendem ao verem dezenas de livros dentro do refrigerador que estampa a frase "Doe livro. Leia e devolva".
São diversos exemplares dos mais variados temas. Há livro de quadrinhos, romance, língua estrangeira, crônicas, revistas e até apostilas para concurseiros. A iniciativa do projeto veio do educador popular Lucas Rafael, 30, morador do Guará há 16 anos.
O pai de Nícolas, Renê Elvis, 26, aprovou a iniciativa. Segundo ele, faltam projetos que ajudem a despertar o interesse pela educação. "Nunca imaginava que ali [geladeira] era praticamente uma biblioteca. Pensei que ela estava para doação ou outra coisa. O mais interessante é que os livros estão em bom estado e você pode levar para casa, devolver e até doar alguns. Isso mexe com a imaginação, principalmente das crianças".

TEXTO 4

Saída pela educação

Com boa infraestrutura e acesso à educação e cultura, medidas socioeducativas podem recuperar jovens infratores

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aposta no aprendizado a partir do erro para recuperar jovens infratores que cresceram, muitas vezes, sujeitos ao abandono e à exclusão. "Optar pela mão pesada da punição sem ter dado aos jovens a chance da superação, é desistir muito rápido deles", defende Thelma de Oliveira, coordenadora do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), da Secretaria de Direitos Humanos. Porém, para restituir direitos e oferecer oportunidades reais é preciso criar uma estrutura que garanta o efetivo acesso à educação. 
Atualmente as 140 unidades existentes, que atendem 8.410 jovens, são ligadas a escolas da rede de ensino estadual, as chamadas escolas vinculadoras. Em cada escola da Fundação Casa, os internos cumprem o mesmo currículo dos alunos que estudam na escola externa, porém as turmas não passam de 10 alunos e são multisseriadas. Os profissionais de educação e os demais funcionários também são capacitados pela Escola para Formação e Capacitação Profissional da Casa.
As turmas menores e o ensino mais individualizado são estratégia para a redução da defasagem idade-série. Assim que chega à Fundação, o adolescente passa por uma avaliação para determinar a série que deve cursar e seu Plano Individual de Atendimento (PIA). Neusa Flores, gerente escolar da fundação, acredita que o empenho vem se refletindo nos índices de reincidência do ato infracional, que têm diminuído. Em 2006 a reincidência estava em torno de 29% e hoje não chega a 13%.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 33

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “MEU CORPO, MINHAS REGRAS”: O LIMITE ENTRE A LEGISLAÇÃO E O LIVRE-ARBÍTRIO NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
Tatuagem ainda é motivo de resistência no mercado de trabalho
Nube ouviu mais de 14 mil jovens e 25% disseram que se tivessem que contratar alguém, teriam alguma restrição com candidatos tatuados.

O plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por sete votos a um, que concursos públicos não podem excluir candidatos que tenham tatuagem porque isso é uma forma de discriminação. A exceção é em caso de tatuagens com desenhos que incitem a violência ou representem obscenidades. A regra deverá ser aplicada em casos semelhantes.
A decisão do Supremo de impedir que candidatos tatuados sejam barrados em concursos pode virar uma arma contra o preconceito. Um levantamento mostra que tem muita resistência à tatuagem no mercado de trabalho até entre os jovens.
O Nube, Núcleo Brasileiro de Estágios, ouviu mais de 14 mil jovens em todo o país sobre isso. E 25% disseram que se tivessem que contratar alguém, teriam alguma restrição com os candidatos tatuados. Os tatuados contra argumentam que o indivíduo tem total direito ao próprio corpo e que não há nenhuma relação entre ter o corpo tatuado, caráter ou mesmo aptidão. “meu corpo, minhas regras”, defendem a maioria.


TEXTO 2
Saiba onde a eutanásia é permitida e como o tema é tratado no Brasil
A morte voluntária de uma paciente com câncer cerebral no último final de semana trouxe à tona novamente a polêmica

O suicídio assistido da norte-americana Brittany Maynard, de 29 anos, diagnosticada com câncer terminal, trouxe à tona novamente a discussão sobre a eutanásia. Recém casada, Brittany descobriu que só lhe restavam seis meses de vida. Então, decidiu "morrer com dignidade", como ela costumava dizer. Nesse tempo, além de viajar com seu marido e amigos, ela fundou o The Brittany Maynard Fund, uma organização que tem como objetivo receber fundos e lutar para que a eutanásia seja legalizada nos Estados Unidos. No dia 1º de novembro, como havia planejado, Brittany morreu.
A história colocou em pauta mais uma vez a polêmica entre os defensores da liberdade de decisão — e de uma morte com dignidade — e quem acredita que a liberação da prática possa levar a decisões precipitadas e uma matança indiscriminada.
Afinal, o que é eutanásia?
A palavra eutanásia significa “boa morte” ou “morte piedosa”. A ideia é antecipar a morte de um paciente em caso irreversível ou terminal frente a um pedido dele ou de seus familiares para que a pessoa possa morrer dignamente e não permaneça sofrendo com a dor.
As exigências para a permissão da eutanásia variam de país para país, mas a maioria das legislações exigem, além da confirmação do status irreversível da doença, um documento assinado voluntariamente pelo paciente, prova de que o doente está sofrendo com dores fortes e que cada caso passe por uma comissão de médicos, juízes e psicólogos.

Onde a prática é permitida?
Desde 1934, o Uruguai tolera a morte assistida, permitindo que a Justiça não penalize quem comete o homicídio piedoso. Apesar disso, a prática não é legalizada. A Colômbia, desde 1997, segue a mesma lógica. A Europa é o continente onde mais países permitem o suicídio assistido. Desde fevereiro passado, a Bélgica – onde a prática é legalizada desde 2002 – permite a eutanásia de crianças desde que o paciente compreenda o "lado irreversível da morte" – o que é julgado por uma equipe de médicos e psicólogos – e ambos os pais deem seu consentimento. Na Holanda, menores também podem optar pela morte, mas é preciso ter a idade mínima de 12 anos.
Além dos dois, Suíça, França, Alemanha, Áustria e Luxemburgo também legalizaram a eutanásia. Nos Estados Unidos, atualmente, cinco Estados autorizam a prática: Oregon, Washigton, Vermont, Montana, Texas. Para realizar o seu desejo, Brittany mudou-se da Califórnia (onde a eutanásia é proibida) para o Oregon.
E no Brasil?
No Brasil, a eutanásia é ilegal e considerada antiética pelo código de medicina, explica Rachel Duarte Moritz, médica e professora do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina. Porém, diz a professora, a ortotanásia é aceita.
O que é ortotanásia?
A ortotanásia consiste em tratar os sintomas de uma doença – ainda que ela seja terminal – para melhorar a qualidade de vida. A ideia é deixar morrer da maneira mais confortável possível
– A ortotanásia seria deixar morrer, enquanto a eutanásia seria fazer morrer – explica a médica.
Por aqui, os avanços mais recentes em relação à "morte com dignidade" – para usar a expressão preferida de Brittany Maynard – são a Lei Estadual 10.241, de 1999, conhecida como Lei Mário Covas, que permite aos paulistas "recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida" e "optar pelo local de morte".
Rachel cita ainda uma resolução do Conselho Federal de Medicina, de 2006, segundo a qual "é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal".

TEXTO 3


TEXTO 4

O “Meu corpo, minhas regras” não serve para o aborto porque o feto É OUTRO CORPO!

Se o feto fosse parte do corpo da mulher, o aborto seria uma mutilação. É??? Não: o outro corpo tem de ser regulado por outras regras

 

Numa das manifestações contra Eduardo Cunha, mulheres que se opõem ao PL 5.069, que dizem criar dificuldades para o aborto nas hipóteses permitidas em lei (o que é mentira), levantaram uma faixa, consistente com o bordão “Meu corpo, minhas regras”. Lá se lia: “Meu corpo não é dinheiro na Suíça para ser da sua conta”.
Se o “Meu corpo, minhas regras” quer dizer que ninguém, homem ou mulher, pode tocar no seu corpo sem sua autorização, salvo nas hipóteses recepcionadas em leis democráticas, então eu apoio. Aliás, eu reivindico o bordão também para mim. Mas se isso quer dizer que o aborto é uma questão que só deve dizer respeito às mulheres e, em particular, à mulher que carrega o feto em seu útero, então será preciso admitir, por implicação lógica, que todo aborto é uma mutilação já que o feto seria parte do corpo. E eu pergunto: trata-se de uma mutilação? A resposta, obviamente, é não. E tanto o feto não é parte do corpo da mulher que, realizado o aborto, o corpo dela resta com todos os órgãos que lá estavam antes do procedimento.
Há uma falácia escandalosa aí: o aborto só não é uma mutilação porque o feto é outro corpo. E, portanto, se é outro corpo, a mulher que o abriga não pode ser senhora absoluta das regras.
Pensemos ainda um pouco: se o aborto diz respeito exclusivamente a mulher e a seu corpo, ela pode realizá-lo independentemente da vontade do pai. Isso implica que este possa escolher abrir mão de suas responsabilidades caso a mulher decida ter a criança?
Mais uma: o “meu corpo, minhas regras” deve ter vigência absoluta? Para os cultores da frase, uma mulher deveria ter o direito de abortar até no nono mês de gravidez?
Sim, eu estou preparado para conviver com a divergência. Arco com o peso das minhas escolhas. Nos limites entre o que é legal e o que é arbitral, reitero, os descontentes têm todo o direito de se expressar. E se para tudo na vida resolvêssemos com um “meu corpo, meu mundo, minhas próprias regras”, eu estaria agorinha mesmo, ao invés de trabalhando, num praia paradisíaca no Caribe. Não sou eu quem faço as regras? Então, pronto!
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-meu-corpo-minhas-regras-nao-serve-para-o-aborto-porque-o-feto-e-outro-corpo/

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 32

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto um dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema DIVERSIDADE ÉTNICA: RESPEITO À FORMAÇÃO CULTURAL BRASILEIRA. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.


TEXTO 1
A cultura e o multiculturalismo na formação dos povos
Cultura significa todo aquele complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, não somente em família, como também por fazer parte de uma sociedade da qual é membro.
Cada país tem a sua própria cultura, que é influenciada por vários fatores. A cultura brasileira é marcada por uma grande miscigenação, e isso se reflete na música, nas artes, na língua e em diversos aspectos que caracterizam o multiculturalismo que permeia as raízes do Brasil.
Cultura também é definida em ciências sociais como um conjunto de ideias, comportamentos, símbolos e práticas sociais, aprendidos de geração em geração através da vida em sociedade. Seria a herança social da humanidade ou ainda, de forma específica, uma determinada variante da herança social.
A principal característica da cultura é o mecanismo adaptativo, que consiste na capacidade que os indivíduos têm de responder ao meio de acordo com mudança de hábitos. A cultura é também um mecanismo cumulativo porque as modificações trazidas por uma geração passam à geração seguinte em que vai se transformando, perdendo e incorporando outros aspetos procurando, assim, melhorar a vivência e a convivência das novas gerações.

TEXTO 2
TEXTO 3


Composição étnica no Brasil
A composição étnica do Brasil envolve uma ampla diversidade de raças e etnias, tradições, culturas, idiomas e outros elementos.

O Brasil é um país com uma grande diversidade étnica, ou seja, apresenta uma elevada variedade de raças e etnias. Nesse caso, o termo “raça” não é compreendido em seu sentido biológico, mas sim em seus aspectos socioculturais de modo a diferenciar os grupos populacionais por características físicas externas, geralmente a cor e outros aspectos. Já o termo “etnia” costuma definir as populações com base também em suas diferenciações culturais e linguísticas, envolvendo também tradições, religiões e outros elementos.
Há, dessa forma, uma incontável variedade de tipos que definem a composição étnica do Brasil. Por exemplo, só de indígenas, segundo dados do IBGE, existem cerca de 305 etnias que pronunciam mais de 270 idiomas. Esse número é acrescido às diferentes ramificações de povos europeus, africanos, asiáticos e tantos outros que descenderam dos povos que migraram para o país durante o seu período histórico pós-descobrimento.
De um modo geral, podemos dizer que a composição étnica brasileira é basicamente oriunda de três grandes e principais grupos étnicos: os indígenas, os africanos e os europeus. Os índios formam os agrupamentos descendentes daqueles que aqui habitavam antes do período do descobrimento efetuado pelos portugueses. Com a invasão dos europeus, boa parte dos grupos indígenas foi dizimada, de modo que várias de suas etnias foram erradicadas.
Já os negros africanos compõem o grupo dos povos que foram trazidos à força da África e que aqui foram escravizados, sustentando a economia do país durante vários anos por meio de seu trabalho. Boa parte de nossa cultura, práticas sociais, religiões, tradições e costumes está associada a valores oriundos desses povos. Dentre as etnias africanas que vieram para o Brasil, destacam-se os bantos, os sudaneses e outras populações.
Os povos europeus, por sua vez, que vieram para o Brasil, basicamente se formaram de populações portuguesas, além de grupos franceses, holandeses, italianos, espanhóis e outros, que configuraram a matriz étnica predominante no país, segundo vários estudos.
Há de se registrar também a miscigenação dessas diferentes composições étnicas que habitam o Brasil. Por miscigenação entende-se a mistura das diversas etnias, que deu origem a novas populações que resguardaram traços físicos e também culturais de ambas as suas matrizes.
A miscigenação entre brancos e negros originou os povos chamados de mulatos. Já da mistura entre índios e brancos surgiram os mamelucos, considerados como os primeiros brasileiros no período após o descobrimento. Já a miscigenação entre índios e negros deu origem aos cafuzos.
Mas é claro que essa divisão é apenas uma visão simplista, pois é impossível dizer que apenas essas etnias formam a população brasileira, conforme o “mito das três raças” e suas derivações. Na verdade, existem centenas ou talvez milhares de agrupamentos diferentes ao longo do território brasileiro, de modo que qualquer classificação sempre restringirá a um certo limite algo que é muito mais amplo.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) classifica a população brasileira com base em cinco tipos diferentes de raças: os brancos, os negros, os pardos, os amarelos e os indígenas, cuja distribuição podemos observar no quadro a seguir, elaborado com base em informações obtidas pelo Censo Demográfico de 2010:
 

População brasileira por cor ou raça, de acordo com o Censo de 2010