PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 33 - TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA

terça-feira, 23 de agosto de 2016

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 33

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema “MEU CORPO, MINHAS REGRAS”: O LIMITE ENTRE A LEGISLAÇÃO E O LIVRE-ARBÍTRIO NO BRASIL, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO 1
Tatuagem ainda é motivo de resistência no mercado de trabalho
Nube ouviu mais de 14 mil jovens e 25% disseram que se tivessem que contratar alguém, teriam alguma restrição com candidatos tatuados.

O plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, por sete votos a um, que concursos públicos não podem excluir candidatos que tenham tatuagem porque isso é uma forma de discriminação. A exceção é em caso de tatuagens com desenhos que incitem a violência ou representem obscenidades. A regra deverá ser aplicada em casos semelhantes.
A decisão do Supremo de impedir que candidatos tatuados sejam barrados em concursos pode virar uma arma contra o preconceito. Um levantamento mostra que tem muita resistência à tatuagem no mercado de trabalho até entre os jovens.
O Nube, Núcleo Brasileiro de Estágios, ouviu mais de 14 mil jovens em todo o país sobre isso. E 25% disseram que se tivessem que contratar alguém, teriam alguma restrição com os candidatos tatuados. Os tatuados contra argumentam que o indivíduo tem total direito ao próprio corpo e que não há nenhuma relação entre ter o corpo tatuado, caráter ou mesmo aptidão. “meu corpo, minhas regras”, defendem a maioria.


TEXTO 2
Saiba onde a eutanásia é permitida e como o tema é tratado no Brasil
A morte voluntária de uma paciente com câncer cerebral no último final de semana trouxe à tona novamente a polêmica

O suicídio assistido da norte-americana Brittany Maynard, de 29 anos, diagnosticada com câncer terminal, trouxe à tona novamente a discussão sobre a eutanásia. Recém casada, Brittany descobriu que só lhe restavam seis meses de vida. Então, decidiu "morrer com dignidade", como ela costumava dizer. Nesse tempo, além de viajar com seu marido e amigos, ela fundou o The Brittany Maynard Fund, uma organização que tem como objetivo receber fundos e lutar para que a eutanásia seja legalizada nos Estados Unidos. No dia 1º de novembro, como havia planejado, Brittany morreu.
A história colocou em pauta mais uma vez a polêmica entre os defensores da liberdade de decisão — e de uma morte com dignidade — e quem acredita que a liberação da prática possa levar a decisões precipitadas e uma matança indiscriminada.
Afinal, o que é eutanásia?
A palavra eutanásia significa “boa morte” ou “morte piedosa”. A ideia é antecipar a morte de um paciente em caso irreversível ou terminal frente a um pedido dele ou de seus familiares para que a pessoa possa morrer dignamente e não permaneça sofrendo com a dor.
As exigências para a permissão da eutanásia variam de país para país, mas a maioria das legislações exigem, além da confirmação do status irreversível da doença, um documento assinado voluntariamente pelo paciente, prova de que o doente está sofrendo com dores fortes e que cada caso passe por uma comissão de médicos, juízes e psicólogos.

Onde a prática é permitida?
Desde 1934, o Uruguai tolera a morte assistida, permitindo que a Justiça não penalize quem comete o homicídio piedoso. Apesar disso, a prática não é legalizada. A Colômbia, desde 1997, segue a mesma lógica. A Europa é o continente onde mais países permitem o suicídio assistido. Desde fevereiro passado, a Bélgica – onde a prática é legalizada desde 2002 – permite a eutanásia de crianças desde que o paciente compreenda o "lado irreversível da morte" – o que é julgado por uma equipe de médicos e psicólogos – e ambos os pais deem seu consentimento. Na Holanda, menores também podem optar pela morte, mas é preciso ter a idade mínima de 12 anos.
Além dos dois, Suíça, França, Alemanha, Áustria e Luxemburgo também legalizaram a eutanásia. Nos Estados Unidos, atualmente, cinco Estados autorizam a prática: Oregon, Washigton, Vermont, Montana, Texas. Para realizar o seu desejo, Brittany mudou-se da Califórnia (onde a eutanásia é proibida) para o Oregon.
E no Brasil?
No Brasil, a eutanásia é ilegal e considerada antiética pelo código de medicina, explica Rachel Duarte Moritz, médica e professora do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal de Santa Catarina. Porém, diz a professora, a ortotanásia é aceita.
O que é ortotanásia?
A ortotanásia consiste em tratar os sintomas de uma doença – ainda que ela seja terminal – para melhorar a qualidade de vida. A ideia é deixar morrer da maneira mais confortável possível
– A ortotanásia seria deixar morrer, enquanto a eutanásia seria fazer morrer – explica a médica.
Por aqui, os avanços mais recentes em relação à "morte com dignidade" – para usar a expressão preferida de Brittany Maynard – são a Lei Estadual 10.241, de 1999, conhecida como Lei Mário Covas, que permite aos paulistas "recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida" e "optar pelo local de morte".
Rachel cita ainda uma resolução do Conselho Federal de Medicina, de 2006, segundo a qual "é permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal".

TEXTO 3


TEXTO 4

O “Meu corpo, minhas regras” não serve para o aborto porque o feto É OUTRO CORPO!

Se o feto fosse parte do corpo da mulher, o aborto seria uma mutilação. É??? Não: o outro corpo tem de ser regulado por outras regras

 

Numa das manifestações contra Eduardo Cunha, mulheres que se opõem ao PL 5.069, que dizem criar dificuldades para o aborto nas hipóteses permitidas em lei (o que é mentira), levantaram uma faixa, consistente com o bordão “Meu corpo, minhas regras”. Lá se lia: “Meu corpo não é dinheiro na Suíça para ser da sua conta”.
Se o “Meu corpo, minhas regras” quer dizer que ninguém, homem ou mulher, pode tocar no seu corpo sem sua autorização, salvo nas hipóteses recepcionadas em leis democráticas, então eu apoio. Aliás, eu reivindico o bordão também para mim. Mas se isso quer dizer que o aborto é uma questão que só deve dizer respeito às mulheres e, em particular, à mulher que carrega o feto em seu útero, então será preciso admitir, por implicação lógica, que todo aborto é uma mutilação já que o feto seria parte do corpo. E eu pergunto: trata-se de uma mutilação? A resposta, obviamente, é não. E tanto o feto não é parte do corpo da mulher que, realizado o aborto, o corpo dela resta com todos os órgãos que lá estavam antes do procedimento.
Há uma falácia escandalosa aí: o aborto só não é uma mutilação porque o feto é outro corpo. E, portanto, se é outro corpo, a mulher que o abriga não pode ser senhora absoluta das regras.
Pensemos ainda um pouco: se o aborto diz respeito exclusivamente a mulher e a seu corpo, ela pode realizá-lo independentemente da vontade do pai. Isso implica que este possa escolher abrir mão de suas responsabilidades caso a mulher decida ter a criança?
Mais uma: o “meu corpo, minhas regras” deve ter vigência absoluta? Para os cultores da frase, uma mulher deveria ter o direito de abortar até no nono mês de gravidez?
Sim, eu estou preparado para conviver com a divergência. Arco com o peso das minhas escolhas. Nos limites entre o que é legal e o que é arbitral, reitero, os descontentes têm todo o direito de se expressar. E se para tudo na vida resolvêssemos com um “meu corpo, meu mundo, minhas próprias regras”, eu estaria agorinha mesmo, ao invés de trabalhando, num praia paradisíaca no Caribe. Não sou eu quem faço as regras? Então, pronto!
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/o-meu-corpo-minhas-regras-nao-serve-para-o-aborto-porque-o-feto-e-outro-corpo/

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