A
partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Os males que a ansiedade acarreta à vida
dos brasileiros apresentando
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu
ponto de vista.
Descubra por que a ansiedade atrapalha a sua
vida e aprenda o que fazer para conviver com ela.
Na verdade, a palavra
ansiedade tem uma genealogia milenar. Veio primeiro do alemão: Angst; depois do
grego antigo; e do latim: angor. E angor, por sua vez, procedeu da palavra
egípcia ankh. No Egito antigo, esse era o nome dado ao símbolo do sopro da
vida, que tinha origem na primeira tomada de ar de um bebê na hora do
nascimento. Ou seja, já na raiz mais remota, a ansiedade estava relacionada à
respiração – ou à falta dela.
E nada indica que a
vida dos nossos antepassados era mole. Epidemias, por exemplo, eram frequentes
e fatais. No século 14, um terço dos europeus morreu por causa da peste
bubônica. Mas nem é preciso ir tão longe: em 1889, um surto de febre amarela
matou ou afugentou 90% dos habitantes da cidade de Campinas, no interior de São
Paulo. Em 1902, uma em cada 4 crianças que nascia na capital paulista não
passava do 1º ano de vida. Imagine a ansiedade que as mães sentiam cada vez que
um filho vinha ao mundo, sem saber se ele iria sobreviver. Isso sem mencionar
as condições de higiene, alimentação e habitação – parcas – daquela época.
“Enquanto que na
Antiguidade, a ansiedade surgia de fatores externos, como doenças e catástrofes
naturais, a dos nossos tempos é imposta por nós mesmos. Podemos até chamá-la de
ansiedade neurótica”, diz Christian Perring, professor de filosofia da
Universidade Dowling em Nova York, que estuda a relação entre filosofia e
psiquiatria. Os fatores que mais causam preocupação atualmente são coisas muito
menos tangíveis, como satisfação no emprego, realização amorosa, visual
perfeito. Como nossos antepassados ainda estavam ocupados em sobreviver,
dificilmente tinham as crises e neuroses que temos agora. De fato, boa parte
das nossas apreensões vem das milhares de possibilidades de escolha que temos
hoje em dia.
As opções são muitas.
Se no século 18, havia apenas 20 empregos diferentes nos quais uma pessoa podia
fazer carreira, hoje esse número já passa dos 20 mil – e continua aumentando. O
tempo que cada trabalhador passa num emprego também não para de diminuir. O
Ministério do Trabalho dos EUA calcula que um empregado vá passar por 10 a 14
cargos diferentes antes dos 40 anos. O número de divórcios aumentou 13 vezes em
3 décadas. Esses dados são impressionantes, se lembramos que antigamente
casamento e emprego duravam muito mais, se não a vida inteira. “Vivemos a
ideologia da escolha, somos donos da nossa própria vida e só dependemos de nós
mesmos para encontrar a felicidade. Essa idéia de liberdade é atual e causa
muita ansiedade”, diz Renata Salecl, da London School of Economics.
Quem colocou o assunto
no repertório dessa maneira foram os filósofos existencialistas, na metade do
século passado. Os franceses JeanPaul Sartre, Albert Camus e Simone de Beauvoir
passaram livros e mais livros discutindo de que maneira a quebra das formas
tradicionais de família e religião afetou a humanidade. Quando a maior
preocupação dos homens deixou de ser o destino de sua vida após a morte (o céu,
o inferno, o purgatório), eles começaram a se preocupar em criar valores e
morais próprios. E isso causou uma ansiedade tremenda.
Brasil tem maior taxa de transtorno de ansiedade do mundo, diz OMS.
O Brasil é o país com a
maior taxa de pessoas com transtornos de ansiedade no mundo e o quinto em casos
de depressão. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS)
divulgadas nesta quinta-feira, 23, 9,3% dos brasileiros têm algum transtorno de
ansiedade e a depressão afeta 5,8% da população. Pesam nesse cenário, dizem
especialistas, fatores socioeconômicos, como pobreza e desemprego, e
ambientais, como o estilo de vida em grandes cidades.
O transtorno de
ansiedade é marcado por sintomas como a dificuldade de concentração, problemas
no sono e preocupação excessiva. Segundo André Brunoni, psiquiatra do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), esses
sintomas podem levar ao quadro depressivo, caracterizado pelos sintomas do
transtorno acrescido de alterações no humor, como apatia, solidão, tristeza,
além do isolamento social e dores sem justificativa física.
O número de
diagnósticos em mulheres, diz ele, é maior por uma conjunção de fatores
biológicos e culturais. Segundo Brunoni, a gravidez, a menopausa e o próprio
ciclo menstrual provocam alterações hormonais que podem levar a manifestação
dos sintomas desses transtornos. Elas também têm mais problemas na tireoide –
responsável pela produção de hormônios. Já os homens têm uma resistência maior
em procurar atendimento médico e também de expressar os sintomas, por isso, há
um menor número de diagnósticos.
Ao Estado, o especialista
da OMS para saúde mental, Dan Chisholm, indicou que é difícil indicar um fator
isolado para explicar a alta taxa de transtornos de ansiedade no Brasil e mesmo
de casos de depressão. “Ao contrário de outras doenças, existem muitos fatores
que atuam de forma conjunta para criar esse cenário”, explicou.
Em sua avaliação, os
principais fatores de risco que podem pesar no caso brasileiro incluem a
situação econômica do país, os níveis de pobreza, desigualdade, desemprego e
recessão. Além disso, existem fatores ambientais, como o estilo de vida em
grandes cidades.
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