A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com
base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa
sobre o tema O combate à violência
nos estádios brasileiros. Apresente proposta de intervenção que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto I
Surgimento das torcidas organizadas no
Brasil
Na
década de 40, o movimento de torcidas uniformizadas teve início em São Paulo,
com torcedores da elite paulistana que se encontravam nos clubes, festas e se
organizavam para irem ao estádio e sentarem em uma determinada parte da
arquibancada. Já no fim da década de 60, isso muda; a partir de então, há uma
nova maneira de torcer, não há mais aquela relação presa entre clubes e seus
diretores, com regras próprias e estatuto, os grupos de pessoas criam as
primeiras torcidas organizadas no Brasil.
A
primeira torcida organizada que surgiu foi a Gaviões da Fiel do clube Sport
Club Corinthians Paulista, fundada no dia 1º de Julho de 1969, entretanto o
movimento de torcidas organizadas não ficou apenas no Estado de São Paulo ele
se espalhou por outros Estados do Brasil, com base nos times locais de cada
estado.
Elas
surgiram em um momento de redefinição política e social, o Brasil na época
estava passando por um regime ditatorial, fazendo com que jovens passassem a se
organizar almejando um país com liberdade de expressão, igualdade e democracia,
não apenas incentivarem seus clubes na arquibancada. As torcidas organizadas
também defendiam esses interesses da população e lutaram a fim de que o regime
militar da época acabasse e a sociedade pudesse ter o direito ao voto, como
relata a socióloga Rosana Câmara Teixeira
Em
1970 a seleção brasileira conquista a Copa do Mundo no México e isso faz com
que o futebol vire o esporte mais adorado por todas as classes sociais,
torna-se realmente a paixão nacional do brasileiro, isso reflete também nas
torcidas organizadas que passam a ter associados de todas classes sociais.
Texto II
Texto
III
Presidente
Lula sanciona Lei que criminaliza violência nos estádios
Brasília,
28 de julho de 2010.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira, em cerimônia
fechada no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, a lei que modifica o
Estatuto do Torcedor e criminaliza a violência nos estádios brasileiros.
Aprovada
pelo Congresso Nacional, a nova lei determina que as torcidas organizadas
realizem cadastro atualizado de seus integrantes, passando a responder pelos
seus atos. Além disso, estádios com capacidade superior a 10 mil pessoas terão
de manter uma “central técnica de informações”, para monitorar o público por
imagem – antes, a obrigação era apenas para as arenas com capacidade acima de
20 mil lugares.
O texto
também estabelece condições de acesso e permanência do torcedor nos estádios,
como não portar cartazes com mensagens ofensivas, não utilizar fogos de
artifício e não entoar “cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos”. Caso
essas condições não sejam respeitadas, haverá a “impossibilidade de ingresso do
torcedor ao recinto esportivo, ou, se for o caso, o seu afastamento imediato do
local, sem prejuízo de outras sanções administrativas, civis ou penais
eventualmente cabíveis”.
Caso a
torcida organizada promova tumulto, poderá ser impedida de acompanhar os jogos
por até três anos. A pena para o torcedor que provocar tumulto ou portar
instrumentos que possam servir para a prática de violência varia de um a dois
anos de reclusão e multa. Já os casos de fraude do resultado das competições
estão submetidos à pena de dois a seis anos de reclusão e multa.
Texto IV
Brasil é o país com mais morte em brigas de torcidas organizadas, diz
sociólogo.
“Existe
uma cultura de violência. Ela é generalizada, mas no caso brasileiro, ela é
mais aguda.” O Brasil é o campeão no número de mortes de torcedores por conflitos
em torcidas organizadas, afirma o sociólogo Mauricio Murad, que estuda a
violência no futebol há 26 anos e é autor do livro “Para entender a violência no futebol”. Ele afirma ainda que o
Brasil é o país onde mais morrem torcedores em função das brigas. Nos dois
últimos anos, 3% dos delitos no âmbito do futebol: racismo, xenofobia,
machismo, agressão, mutilação e morte, foram punidos. Segundo o cientista
social, existem cultura machista e da violência. “No caso brasileiro, isso é
mais agudo e alimenta do contexto geral da sociedade brasileira que é uma
sociedade com um grau de violência muito grande”, conta.
A pesquisa do sociólogo mostra também
que o estado mais violento do país é São Paulo, seguido pelo Rio Grande do
Norte e Pernambuco. O Rio de Janeiro, apesar de possuir a maior torcida do
país, não se destaca neste índice. “O Rio de Janeiro é o único local no Brasil
que tem uma polícia especializada para segurança nos ginásios que é o GEPE
(Grupamento Especial de Policiamento em Estádios). Isso faz diferença, embora
ainda precise treinar, qualificar e organizar melhor”, explica Murad.
“Eu tenho defendido há muitos anos
que o problema da violência no futebol é complexo e não há solução milagrosa
nem simples”. O sociólogo defende que deve haver um conjunto de medidas para
sanar o problema nos âmbitos da segurança pública, dos clubes, da federação e
até da mídia. “Eu acho que é um conjunto integrado de medidas repressivas,
preventivas e reeducativas que integradas podem resolver isto"
Murad cita que o exemplo europeu é
nítido para compreender como a situação pode mudar. “Houve punição do clube,
mas não só isso. Houve preparo da polícia, proibição de bebidas alcoólicas,
organização dos estádios, prisão dos torcedores vândalos e controle organizado
por parte das federações”.
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