Non
ti scordar di me!
José de Alencar, Cinco minutos,1856.
AD...
É uma história curiosa a que
lhe vou contar, minha prima.
Mas é uma história e não um
romance.
Há mais de dois anos, seriam
seis horas da tarde, dirigi-me ao Rocio para tomar o ônibus de Andaraí.
Sabe que sou o homem menos
pontual que há neste mundo; entre os meus imensos defeitos e as minhas poucas
qualidades, não conto a pontualidade, essa virtude dos reis e esse mau costume
dos ingleses.
Entusiasta da liberdade, não
posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio e regule
as suas ações pelo movimento de uma pequena agulha de aço ou pelas oscilações
de uma pêndula.
Tudo isto quer dizer que,
chegando ao Rocio, não vi mais ônibus algum; o empregado a quem me dirigi
respondeu:
— Partiu há cinco minutos.
Capítulo 1, pág.17.
1.
O enredo de Cinco minutos é contado em forma de correspondência
entre o protagonista e sua prima, de iniciais AD.
a)
Tal enredo deu-se a partir de uma eventualidade. Transcreva uma
passagem do texto como comprovação a essa afirmação.
b)
“Entusiasta da liberdade,
não posso admitir de modo algum que um homem se escravize ao seu relógio...” Que
característica do narrador-personagem pode-se perceber a partir do trecho
destacado?
O ônibus parou; uma outra
senhora ergueu-se e saiu.
Senti a sua mão apertar a
minha mais estreitamente; vi uma sombra passar diante de meus olhos no meio do
ruge-ruge de um vestido, e quando dei acordo de mim, o carro rodava e eu tinha
perdido a minha visão.
Ressoava-me ainda ao ouvido
uma palavra murmurada, ou antes suspirada quase imperceptivelmente:
— Non ti scordar di me! ...
Lancei-me fora do ônibus;
caminhei à direita e à esquerda; andei como um louco até nove horas da noite.
Nada!
Capítulo 1, pág.20.
2.
A partir desse fragmento,
assim como do contexto global de Cinco
minutos, coloque V para verdadeiro e F para falso.
( ) Carlota se deixou enamorar pelo
protagonista porque já o conhecia
( ) Carlota não conhecia o protagonista, mas
foi amor à primeira vista
( ) A jovem estava envolta em uma atmosfera de
mistério porque escondia um segredo
( ) “Non
ti scordar di me” foi a frase que Carlota disse antes de sua morte.
( ) O protagonista reencontra Carlota; mas,
infelizmente, o amor de ambos não consegue vencer os obstáculos que os cercam.
QUINZE dias se passaram depois de minha aventura.
Durante este tempo é escusado dizer-lhe as extravagâncias que fiz.
Fui todos os dias a Andaraí no ônibus das sete horas, para ver se
encontrava a minha desconhecida; indaguei de todos os passageiros se a
conheciam e não obtive a menor informação.
Estava a braços com uma paixão, minha prima, e com uma paixão de
primeira força e de alta pressão, capaz de fazer vinte milhas por hora.
Capítulo 2, pág.20.
3. O livro Cinco minutos, de José
de Alencar, é um dos clássicos da Escola Romântica, estilo literário que tem
como característica principal a idealização amorosa. Logo, caracterize cada um
dos trechos que seguem de acordo com a legenda indicada.
( A ) insensatez
( B ) ultrarromantismo
( C ) desespero amoroso
( D ) estado de divagação
( ) Durante este tempo é escusado dizer-lhe as
extravagâncias que fiz.
( ) Fui todos os dias a Andaraí no ônibus das
sete horas
( ) com uma paixão de primeira força e de alta
pressão
( ) capaz
de fazer vinte milhas por hora.
4. Esta breve novela ou romance foi dada ao público em folhetins, no Diário
do Rio de Janeiro, no ano de 1856. Saiu em livro em 1857 e, em 1860, foi
republicada. Portanto, marque CERTO ou ERRADO em relação à obra Cinco minutos.
(___________) AD era uma ex-namorada do protagonista
(___________) O protagonista reencontra sua misteriosa amada em um baile
(___________) A mulher pela qual o narrador se apaixonou era uma senhora
viúva
(___________) No camarote do espetáculo, finalmente, a fisionomia da
jovem é revelada
(___________) O leitor em relação à obra é uma terceira pessoa, uma
espécie de espectador de tudo o que acontece.
Recolhendo-me no dia
seguinte, achei em casa uma carta.
Antes de abri-la conheci que
era dela, porque lhe tinha imprimido esse suave perfume que a cercava como uma
auréola.
Eis o que dizia:
"Julga mal de mim, meu amigo; nenhuma mulher pode escarnecer
de um nobre coração como o seu.
"Se me oculto, se fujo, é porque há uma fatalidade que a isto
me obriga. E só Deus sabe quanto me custa este sacrifício, porque o amo!
"Mas não devo ser egoísta e trocar sua felicidade por um amor
desgraçado.
"Esqueça-me.
Capítulo 3, pág.24.
5. "Se me oculto, se fujo, é porque há uma fatalidade que a isto
me obriga.
a) A que fatalidade Carlota se refere?
b) Carlota temia que o amado a julgasse mal, pensando que ela estava a
zombar de seu amor. Que palavra no fragmento acima demonstra esse receio?
c)
"Mas não devo ser
egoísta e trocar sua felicidade por um amor desgraçado. ”
Explique
por que Carlota achava que, se cedesse aos galanteios do protagonista, ela
estaria sendo egoísta e acabaria por desgraçá-lo.
Na mitologia grega, Cronos é o mais jovem dos titãs, filho de Urano e Gaia. Ele era o rei dos titãs e
o grande deus do tempo, sobretudo quando este é visto em seu aspecto destrutivo,
o tempo invencível que rege os destinos e a tudo devora.
6. Segundo o dicionário Aurélio, tempo “é
a medida de duração das coisas.”
a) Por que o tempo é, portanto, considerado um elemento primordial para o
desenrolar dos fatos na narrativa?
b) No fragmento acima, que trecho está relacionado à importância do tempo
no enredo de Cinco minutos?
Se algum dia se apaixonar, minha prima, aconselho-lhe as viagens como um
remédio soberano e talvez o único eficaz.
Capítulo 3, pág.25.
7.
O
escapismo, tendência para fugir da realidade ou da rotina, era uma
característica marcante na obra em estudo.
a)
Onde
o protagonista passou nove dias tentando esquecer sua amada
b)
Para
qual cidade serrana Carlota viajou como forma de respirar outros ares?
c)
Como
Carlota resolveu contar a história de sua vida ao seu amado?
d)
Para
onde Carlota viajou pensando está fazendo sua última viagem?
e)
O
que o protagonista comprou para tentar alcançar sua amada antes que ela
partisse.
Escuta; quando sentires a
minha mão gelada, quando as palpitações do meu coração cessarem, prometes
receber nos teus lábios a minha alma?
(...)
Era o primeiro beijo de
nosso amor, beijo casto e puro, que a morte ia santificar.
Sua fronte se tinha gelado,
não sentia a respiração nem as pulsações do seu seio.
Capítulo 10, pág.51.
8. De acordo com os
acontecimentos que realmente permearam a narrativa, assinale (S) para sim e (N) para não.
( ) A morte santificou esse amor
( ) Carlota fora enterrada na Itália
( ) Carlota, após ser beijada, lutou pela
vida.
( ) O protagonista casou-se com Carlota, mas
logo ficou viúvo
( ) Após a viuvez do narrador-personagem, ele
casou com sua prima AD
Tempo perdido
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo
Não tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo
Todos os dias antes de
dormir
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
Lembro e esqueço como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder
(...)
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Renato Russo, Tempo perdido. Álbum Dois, 1986.
EMI.
9. O protagonista se via sempre
refém do tempo na narrativa, passando por muitos sacrifícios e martírios em
nome do amor.
a) Tendo por base o final da
obra, pode-se afirmar que o tempo despendido para o protagonista ficar com sua
amada foi um tempo perdido? Justifique.
b) Carlota e seu amado perderam
muito tempo, por ela se achar vítima do destino; mas agora seria diferente.
Retire, portanto, dois
versos do texto que serviriam de exemplo para demonstrar que o tempo agora
estava favorável aos enamorados.
As sem
razões do amor
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
E nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
(...)
Eu te amo porque não amo
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
Não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
Feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
E da morte vencedor,
Por mais que o matem (e matam)
A cada instante de amor.
Carlos Drummond de Andrade, Alguma poesia. 1930
10.
Amor é
primo da morte,
E da morte vencedor,
Comparando o trecho final do poema de Drummond ao desfecho de Cinco minutos, é possível afirmar que o amor venceu a morte? Explique descrevendo em poucas palavras o final da narrativa.
E da morte vencedor,
Comparando o trecho final do poema de Drummond ao desfecho de Cinco minutos, é possível afirmar que o amor venceu a morte? Explique descrevendo em poucas palavras o final da narrativa.
Muito bom!
ResponderExcluirQual e a resposta
ResponderExcluirÓtimo livro
ExcluirMe envie as respostas, por favor! dmpedroau@gmail.com
ResponderExcluirBom dia. Você poderia enviar as respostas, por favor?
ResponderExcluirme envia as respostas pfvr
ResponderExcluirPor gentileza, envie as respostas para joelinefalcao@gmail.com
ResponderExcluirTem as respostas??
ResponderExcluirMande as respostas nesse email: lucasfeitosasantos6@gmail.com
ResponderExcluirRepostas???
ResponderExcluirGostaria das respostas, por favor (fernandacoutoufv@gmail.com)
ResponderExcluirGostaria do gabarito, por favor (sanndracabral18@gmail.com)
ResponderExcluirGostaria do gabarito, por favor!
ResponderExcluir(anaclaramendesoliveira617@gmail.com)
Por gentileza poderia enviar o gabarito para o e-mail araújo.flavia@escola.pr.gov.br. Agradeço imensamente.
ResponderExcluirQuero as respostas
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