A partir
da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos
construídos ao longo de sua formação, redija um texto
dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o
tema O combate às fake News no Brasil
contemporâneo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os
direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa,
argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
TEXTO I
Fake news são notícias falsas, mas que
aparentam ser verdadeiras
Não é uma
piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de
artifícios que lhe conferem aparência de verdade. Fake news não
é uma novidade na sociedade, mas a escala em que pode ser produzida e difundida
é que a eleva em nova categoria, poluindo e colocando em xeque todas as demais
notícias, afinal, como descobrir a falsidade de uma notícia? No geral não é tão
fácil descobrir uma notícia falsa, pois há a criação de um novo “mercado” com
as empresas que produzem e disseminam Fake News constituindo
verdadeiras indústrias que “caçam” cliques a qualquer custo, utilizando-se de
todos os recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas que sequer sabem
que estão sendo utilizadas como peça chave dessa difusão. Infelizmente é muito
comum o uso das primeiras vítimas como uma espécie de elo para compor uma
corrente difusora das Fake News. Assim, aquelas pessoas que de
boa-fé acreditaram estar em contato com uma verdadeira notícia, passam – ainda
que sem perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias
falsas. Mas não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados
que colaboram para mudar este cenário, sendo a educação digital uma ferramenta
para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da
internet.
http://portal.mackenzie.br/fakenews/noticias/arquivo/artigo/o-que-e-fake-news/
Acesso em 21. Mar. 2018.
TEXTO II
A morte
da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, agredida por dezenas de
moradores de uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo, pode mobilizar
a criação de uma lei que puna emissores de falsas informações em perfis da
internet. Ela morreu no dia 5 de maio após ficar dois dias internada no
Hospital Santo Amaro. Fabiane foi atacada por uma multidão depois da publicação
de um retrato falado em uma página no Facebook de uma mulher que realizava
rituais de magia negra com crianças sequestradas.
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-ser-linchada-pode-virar-nome-de-leino-congresso.html. Acesso em 21.mar.2018.
Mundo digital: era da (des)informação.
“O rumor é a mais veloz das pragas malignas”, escreveu Virgílio, no
épico Eneida. Platão, na República, apregoou
a disseminação de falsidades como necessárias para o poder dos déspotas.
Propagandas falsas custaram a cabeça da rainha Maria Antonieta, da França. As fakes
News ou pós-verdades são notícias falsas que já permeiam a sociedade
desde tempos remotos; contudo, hoje, com a celeridade do mundo digital, a era
da informação é ameaçada por essas notícias tendenciosas as quais prestam um
verdadeiro desserviço à sociedade.
Nesse
novo contexto, as fake News são usadas para vários fins – do
pessoal ao político – aparecendo, portanto, no Brasil contemporâneo, como uma
poderosa arma de influência das massas, corroborando um cenário preocupante: a
urgente necessidade de se educar para o mundo digital, sob o risco de
transformar a era da informação no século da desinformação.
Em se
tratando dessa problemática, convém ainda enfatizar que o advento do Marco
Civil, em 2014, aparece como um elemento balizador, sobretudo no que concerne
aos princípios, às garantias, aos direitos
e aos deveres para quem usa a rede, bem como à determinação de diretrizes para
a atuação do Estado, uma vez que, antes dessa legislação, o mundo digital era
tachado de “terra sem lei”, fomentando a impunidade na seara virtual. Não
obstante à Lei, é imprescindível ressaltar que é fundamental uma articulação
entre os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para que o Marco
Civil seja percebido na prática e, em especial a essa contextualização, no
combate à disseminação das fake news.
Logo, urge que o Governo Federal, em coparticipação com o Ministério das
Telecomunicações, viabilize uma maior popularização do Marco Civil, que seria
essencial para a orientação e para o esclarecimento da sociedade no tocante
às fake news, por meio de “merchandising” social nas telenovelas ou
mesmo via propaganda no horário nobre, a fim de tornar ciente à população
quanto aos seus diretos e deveres no contexto da esfera virtual. Ademais, ao
Ministério da educação, em parceria com as Secretarias Estaduais de Educação,
caberia o viés educativo, trazendo à baila essa problemática em discussões, em
seminários, em mesas-redondas, principalmente, nas aulas de ciências humanas,
fundamentais à construção da formação do cidadão. Portanto, plagiando Malala,
ativista paquistanesa, uma criança, um professor, um livro, uma caneta e “um
clique” podem mudar o mundo.
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