PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 62 - TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 62



A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O transgênero em questão na sociedade brasileira: vantagens ou direitos? Apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
Texto 1
Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino.
BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

Texto 2

http://operamundi.uol.com.br/dialogosdosul/2030-e-o-momento-da-igualdade-de-genero/08042015/


Texto 3
Divisão no esporte deve ser por gênero ou sexo?
Caso da jogadora de vôlei Tiffany impulsionou debate sobre regras para transgêneros no esporte. Antropólogos e médicos ressaltam complexidade da questão e dificuldade de definir critérios

O caso da jogadora Tiffany Abreu, a primeira transgênero a atuar na Superliga feminina de vôlei, vem causando polêmica. A recente contratação da atleta pelo Bauru, autorizada pela comissão médica da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), desencadeou um debate sobre a possível vantagem de uma transgênero, nascida homem, sobre as demais jogadoras e os critérios adotados em casos como esse.
Hoje o Comitê Olímpico Internacional (COI) permite a participação em competições de pessoas que passaram do gênero masculino para o feminino desde que sejam observadas algumas condições, como nível de testosterona abaixo de 10 nanomol/litro nos últimos 12 anos e que a atleta se declare como do gênero feminino há pelo menos quatro anos. Já para os transgêneros que fizeram a transição do feminino para o masculino não há qualquer restrição.
As regras, no entanto, podem variar de esporte para esporte, de organização para organização e de país para país. Segundo Eric Anderson, professor de esporte, masculinidade e sexualidade na Universidade de Winchester e um dos organizadores do livro Atletas transgêneros em esportes competitivos, essa é uma questão complexa. "A mera presença de atletas transgêneros questiona a divisão de gênero binária sobre a qual o esporte se estabelece."
Para o endocrinologista Guilherme Almeida Rosa, professor da Unirio e especialista de tratamento de transgêneros, um ponto-chave para discutir a questão é o critério para divisão dos times. "O vôlei é feminino, não de mulheres. É uma questão de gênero, não é só uma questão de sexo. Essa pessoa não pode competir no masculino porque ela é feminina, ela é uma transgênero feminino", afirma.
Regras justas?
Tiffany nasceu homem, mas hoje se identifica com o gênero feminino. Ela passou por cirurgia de adequação sexual e tratamento hormonal, isto é, a testosterona produzida por seu corpo foi bloqueada, e ela passou a utilizar o hormônio feminino estrogênio. Entre as mudanças provocadas pelo tratamento estão a diminuição da massa muscular e da força, a redistribuição da gordura corporal, o crescimento dos seios e o atrofiamento dos testículos.
Apesar de estar dentro das regras atuais, a participação esportiva de Tiffany não é consenso. Em dezembro de 2017, a ex-jogadora de vôlei Ana Paula Henkel questionou em tuíte que tal permissão não seria justa porque Tiffany só começou o tratamento hormonal após a puberdade e, portanto, chegou a desenvolver características masculinas.
Segundo Almeida, o processo de feminização geralmente dura de três a cinco anos e, mesmo depois de concluído, isso não significa que o tratamento hormonal tenha que ser interrompido.
O endocrinologista explica que, apesar das mudanças provocadas pela terapia hormonal, características como a estrutura óssea não se alteram. No entanto, para afirmar que Tiffany levaria vantagem por ter mais resistência física e mais força, seria preciso apresentar dados e compará-los com a resistência força física das demais jogadoras.
Nesse caso, se a força e resistência da atleta transgênero for superior, o especialista defende que ela passe por um período de adequação da sua composição corporal e das suas capacidades físicas, para além da regulação de testosterona.
A pesquisadora em antropologia social Barbara Pires, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), lembra que há outros fatores, além dos hormonais, gerando desigualdades entre as atletas, desde amparo técnico e qualidade dos centros esportivos até alimentação e suplementos nutricionais. "É muito difícil para a própria literatura médica entender como tudo está envolvido, e não só o hormônio determina tal característica."
(...)

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