TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA: junho 2017

terça-feira, 13 de junho de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 52

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A justiça com as próprias mãos em discussão no Brasil. Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
Lei de talião
A lei (ou pena) de talião é o ponto principal e fundamental para o Código de Hamurabi. A despeito do que muitos pensam, talião não é um nome próprio. O termo vem do latim talionis, que significa “como tal”, “idêntico”. Dessa forma, temos a pena que se baseia na justa reciprocidade do crime e da pena, frequentemente simbolizada pela expressão “olho por olho, dente por dente”. Ela se faz presente na maior parte dos duzentos e oitenta e dois artigos do código. Muitos delitos acabam tendo com sanção punitiva o talião, ou às vezes a pena de morte. Apesar de parecer chocante a condenação à pena de morte, esta era uma condenação bastante usual, pelo menos na legislação da antiga Babilônia.

Texto II

 

Texto III

Na cidade de Salém, nos Estados Unidos do século XVII, Hester Prynne é uma mulher que comete adultério e é condenada a usar uma letra A escarlate bordada no peito, como uma marca perpétua de seu pecado perante a comunidade puritana.
A letra escarlate, livro de  Nathaniel Hawthorne publicado nos Estados Unidos em 1850. 

Texto IV
Justiça com as próprias mãos
Diariamente os telejornais de todo o país noticiam uma avalanche de crimes, que fazem as vítimas e/ou parentes, desesperadamente suplicarem: “eu quero justiça”! A dor é ainda maior, porque no momento mesmo da súplica, eles têm a triste certeza de que não serão atendidos.
O Brasil é de fato, o país da impunidade. Apresenta-se então, os seguintes questionamentos: qual a ideia que essas pessoas têm sobre justiça? O que é a justiça para elas? Quem deve atender aos seus apelos? A quem cabe lhes dar justiça?
A pena restritiva de liberdade, consoante o Código Penal brasileiro, se dá em virtude do indivíduo infringir as normas de convivência pacífica entre os homens. No século XVI, o filósofo inglês Thomas Hobbes, em seu livro Leviatã, pontuou que o estado natural do homem é a guerra, em virtude de desejarem as mesmas coisas, só podendo se adquirir a paz, mediante um Contrato Social, onde renunciariam suas liberdades ao Estado, passando a ser este o responsável pela aplicação da justiça. Como o Estado tem fracassado na sua missão, o estado natural do homem ressurge e o que se vê é uma violência espraiada por toda a sociedade.
O descrédito com o Poder Judiciário no Brasil traz como consequência o aumento no número dos justiceiros. Pois se o Estado não me oferece justiça, a farei com as próprias mãos, é o que toma assento no inconsciente coletivo das pessoas vitimadas pela violência generalizada. Isso decerto não aconteceria se vigente fosse de fato, o Contrato Social.
http://www20.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/2014/05/16/noticiasjornalopiniao,3251615/justica-com-as-proprias-maos.shtml

quarta-feira, 7 de junho de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 51

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A situação dos refugiados em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
O número de refugiados é o maior desde a Segunda Guerra Mundial
O número de pessoas forçadas a deixar suas casas devido a guerras ou perseguição superou a marca de 50 milhões em 2013 pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, informou a agência de refugiados da ONU.
O número, de 51,2 milhões, é seis vezes maior que o registrado no ano anterior, e foi inflado pelos conflitos na Síria, no Sudão do Sul e na República Centro-Africana, segundo o relatório da UNHCR.
O alto-comissário da ONU para refugiados, António Guterres, disse à BBC que o aumento é um “desafio dramático” para organizações que prestam ajuda humanitária. “Os conflitos estão se multiplicando, mais e mais”, disse Guterres. “E, ao mesmo tempo, conflitos antigos parecem nunca terminar”.
[…] A ONU está preocupada que a tarefa de assistir refugiados esteja, cada vez mais, sob responsabilidade de países com poucos recursos. Países em desenvolvimento abrigam 86% dos refugiados em todo o mundo, com países ricos atendendo apenas 14%.
De acordo com a ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas), refugiados, geralmente, se deslocam a centros urbanos e encontram moradia em vizinhanças pobres e lotadas, onde o governo já luta por fornecer serviços básicos. Nesses casos, o acesso à moradia adequada permanece um desafio devido aos elevados aluguéis e requisitos de documentação. Muitos obtêm emprego na economia informal, competindo com pessoas locais por trabalhos perigosos e mal pagos. Outros ainda permanecem na ilegalidade e procuram a invisibilidade com medo de arresto, detenção ou de ser deportados, ficando expostos ao assédio, exploração e tráfico humano de pessoas.
Os impactos mais significativos da presença de pessoas refugiadas são geralmente sentidos a nível local, no acolhimento pelas próprias comunidades. Refugiados podem enfrentar discriminação e marginalização pela população local. A falta de informação e desconhecimento do tema pela sociedade tende a resultar na má interpretação do significado da palavra refugiado, que aparece em sua identificação oficial, e muitas vezes são confundidos com foragidos ou fugitivos da justiça, dificultando ainda mais a sua integração social e laboral.

Texto II

 

Texto III
Lei da Migração é modelo para o mundo, diz apátrida libanesa 
Nascida no Líbano e filha de pais sírios, Maha Mamo é apátrida, ou seja, não tem nacionalidade. Ela chegou ao Brasil como refugiada em 2014 e pode receber a cidadania brasileira a partir de novembro, quando entra em vigor a Nova Lei de Migração (Lei 13.445/2017). Maha Mamo concedeu entrevista à Rádio Senado e relatou as dificuldades de quem não tem pátria. Foi no Brasil que em 2016, aos 26 anos, recebeu o primeiro documento com foto, a Carteira Nacional de Habilitação. Ela elogiou a lei aprovada recentemente pelo Congresso, que, a seu ver, torna o Brasil um exemplo para o mundo. Maha Mamo ainda falou sobre a campanha "I Belong" ("Eu Pertenço"), da Agência das Nações para Refugiados (ACNUR), e que tem como objetivo acabar com a chamada apatridia.


PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 50

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema O crescimento do número de DSTs no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Texto I
Número de infecções sexualmente transmissíveis não para de crescer
Quando o poeta italiano Girolamo Fracastoro criou o personagem Syphilis, em 1530, não imaginava que ele emprestaria seu nome a uma moléstia infecciosa que, segundo relatos, fora trazida das Américas nas caravelas de Cristóvão Colombo. Nos versos de Fracastoro, Syphilis é um pastor de rebanho grego que desperta a ira divina e é castigado com pústulas pelo corpo. Quase 500 anos depois, o mal provocado por uma bactéria volta a ser motivo de preocupação, agora entre profissionais de saúde. E ele não vem sozinho. Outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e conhecidas do homem há milhares de anos, como a gonorreia, são mencionada no Antigo Testamento e parecem ter retornado com a força de uma praga bíblica.
Hoje, tudo leva a crer que a população em geral baixou a guarda contra os males que se aproveitam do sexo desprotegido. Um levantamento do próprio Ministério da Saúde de 2016 calculou que algo em torno de 10 milhões de brasileiros já apresentaram sintomas de uma DST, como lesões, verrugas e corrimentos nos órgãos genitais. Na mesma pesquisa, descobriu-se que só 24,3% dos homens e 22,5% das mulheres que procuraram um serviço do SUS foram orientados a fazer o exame que detecta a sífilis — os números são um pouco maiores para o teste de HIV. “Alguns profissionais da área ainda pensam que só pega esse tipo de infecção quem é promíscuo, e isso não é verdade”, diz o ginecologista Mauro Romero, presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis. “Qualquer pessoa sexualmente ativa, independentemente de faixa etária, classe social ou opção sexual, pode contrair uma DST. Basta praticar sexo inseguro”, frisa o médico, que também é professor da Universidade Federal Fluminense.

Texto II
 

Texto III
O controle das DSTs no Brasil
As chamadas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) compreendem um conjunto de infecções distintas que têm em comum o fato de serem transmitidas pelo contato sexual. Cada uma das diferentes entidades clínicas que compõe o grupo das DST apresenta sintomatologia, prognóstico e curso próprio, requerendo estratégias específicas de prevenção, diagnóstico e tratamento.
Mesmo com o desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e de tratamento, as DSTs continuam atingindo um grande número de pessoas, especialmente as mulheres, pelo fato de que muitas das DSTs não apresentam sintomas na população feminina. Além disso, as mulheres experimentam diferentes constrangimentos para o exercício da sua sexualidade, o que lhes dificulta incorporar práticas de proteção, e os serviços de atenção à saúde nem sempre estão aptos para lidar com a questão.
Embora a Organização Mundial de Saúde (OMS) reiteradamente busque estimar a magnitude das DSTs globalmente, de modo a fornecer aos governos parâmetros realistas para o planejamento de suas ações, é difícil conhecer, de fato, a prevalência das DSTs no mundo e em cada país, dada a fragilidade e inadequação dos sistemas de vigilância. No entanto, são relativamente conhecidos alguns dos impactos das DSTs para a saúde sexual e reprodutiva de mulheres e homens e alguns dos impactos socioeconômicos. Menos estudadas têm sido as repercussões das DSTs a nível psicológico, da subjetividade e da sexualidade.
Segundo a OMS, as DSTs e suas complicações representam uma das dez principais causas de procura a serviços de saúde em países em desenvolvimento, respondendo por aproximadamente 17% das perdas econômicas relacionadas ao binômio saúde / doença.