TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA: maio 2018

quinta-feira, 31 de maio de 2018

REDAÇÃO NOTA 1000


A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema O combate às fake News no Brasil contemporâneo, apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I
Fake news são notícias falsas, mas que aparentam ser verdadeiras
Não é uma piada, uma obra de ficção ou uma peça lúdica, mas sim uma mentira revestida de artifícios que lhe conferem aparência de verdade. Fake news não é uma novidade na sociedade, mas a escala em que pode ser produzida e difundida é que a eleva em nova categoria, poluindo e colocando em xeque todas as demais notícias, afinal, como descobrir a falsidade de uma notícia? No geral não é tão fácil descobrir uma notícia falsa, pois há a criação de um novo “mercado” com as empresas que produzem e disseminam Fake News constituindo verdadeiras indústrias que “caçam” cliques a qualquer custo, utilizando-se de todos os recursos disponíveis para envolver inúmeras pessoas que sequer sabem que estão sendo utilizadas como peça chave dessa difusão. Infelizmente é muito comum o uso das primeiras vítimas como uma espécie de elo para compor uma corrente difusora das Fake News. Assim, aquelas pessoas que de boa-fé acreditaram estar em contato com uma verdadeira notícia, passam – ainda que sem perceber – a colaborar com a disseminação e difusão dessas notícias falsas. Mas não é impossível detectá-las e combatê-las, há técnicas e cuidados que colaboram para mudar este cenário, sendo a educação digital uma ferramenta para fortalecer ainda mais a liberdade de expressão e o uso democrático da internet.
http://portal.mackenzie.br/fakenews/noticias/arquivo/artigo/o-que-e-fake-news/ Acesso em 21. Mar. 2018.

TEXTO II

A morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, agredida por dezenas de moradores de uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo, pode mobilizar a criação de uma lei que puna emissores de falsas informações em perfis da internet. Ela morreu no dia 5 de maio após ficar dois dias internada no Hospital Santo Amaro. Fabiane foi atacada por uma multidão depois da publicação de um retrato falado em uma página no Facebook de uma mulher que realizava rituais de magia negra com crianças sequestradas.


Mundo digital: era da (des)informação.

“O rumor é a mais veloz das pragas malignas”, escreveu Virgílio, no épico Eneida. Platão, na República, apregoou a disseminação de falsidades como necessárias para o poder dos déspotas. Propagandas falsas custaram a cabeça da rainha Maria Antonieta, da França. As fakes News ou pós-verdades são notícias falsas que já permeiam a sociedade desde tempos remotos; contudo, hoje, com a celeridade do mundo digital, a era da informação é ameaçada por essas notícias tendenciosas as quais prestam um verdadeiro desserviço à sociedade.
Nesse novo contexto, as fake News são usadas para vários fins – do pessoal ao político – aparecendo, portanto, no Brasil contemporâneo, como uma poderosa arma de influência das massas, corroborando um cenário preocupante: a urgente necessidade de se educar para o mundo digital, sob o risco de transformar a era da informação no século da desinformação.
Em se tratando dessa problemática, convém ainda enfatizar que o advento do Marco Civil, em 2014, aparece como um elemento balizador, sobretudo no que concerne aos  princípios, às garantias, aos direitos e aos deveres para quem usa a rede, bem como à determinação de diretrizes para a atuação do Estado, uma vez que, antes dessa legislação, o mundo digital era tachado de “terra sem lei”, fomentando a impunidade na seara virtual. Não obstante à Lei, é imprescindível ressaltar que é fundamental uma articulação entre os três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) para que o Marco Civil seja percebido na prática e, em especial a essa contextualização, no combate à disseminação das fake news.
Logo, urge que o Governo Federal, em coparticipação com o Ministério das Telecomunicações, viabilize uma maior popularização do Marco Civil, que seria essencial para a orientação e para o esclarecimento da sociedade no tocante às fake news, por meio de “merchandising” social nas telenovelas ou mesmo via propaganda no horário nobre, a fim de tornar ciente à população quanto aos seus diretos e deveres no contexto da esfera virtual. Ademais, ao Ministério da educação, em parceria com as Secretarias Estaduais de Educação, caberia o viés educativo, trazendo à baila essa problemática em discussões, em seminários, em mesas-redondas, principalmente, nas aulas de ciências humanas, fundamentais à construção da formação do cidadão. Portanto, plagiando Malala, ativista paquistanesa, uma criança, um professor, um livro, uma caneta e “um clique” podem mudar o mundo.