PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 57 - TEXTO E GRAMÁTICA EM PAUTA

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

PROPOSTA DE REDAÇÃO PARA O ENEM - 57

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Os maus-tratos a animais em questão no Brasil, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

 

Texto I

Comissão debate propostas para coibir maus-tratos contra os animais


A Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) realiza audiência pública na quarta-feira, às 14h, sobre dois projetos de lei que punem os maus-tratos contra animais. O PLS 650/2015 é da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), e o PLS 677/2015, do senador Wellington Fagundes (PR-MT). As duas propostas têm como relator o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
Condutas ilegais
O projeto da senadora Gleisi Hoffmann estabelece obrigações para pessoas físicas ou jurídicas que mantêm animais. Entre elas estão garantir alimentação, abrigo e espaço adequados; assegurar cuidados e medicamentos quando necessário; e promover imunização contra doenças infecciosas.
O projeto proíbe qualquer forma de maus-tratos aos animais e estabelece mais de 20 condutas consideradas ilegais, tais como agredir fisicamente; abandonar; deixar de prestar assistência veterinária; enclausurar juntos animais que se agridam fisicamente; e submeter animal a esforço físico por mais de seis horas consecutivas sem descanso.
Também é proibida a utilização de animais em atividades de ensino, pesquisa e testes laboratoriais que visem à produção e ao desenvolvimento de produtos cosméticos e de higiene pessoal. O projeto veda ainda a exibição de animais em circos e a realização de rodeios, touradas e vaquejadas.
O projeto prevê punições para quem maltratar os animais, como advertência, prestação de serviços, multa, apreensão temporária e até a perda definitiva do animal vítima de maus-tratos.
"Tidos como objetos, muitos animais domésticos são abandonados à própria sorte nas cidades, sem que haja punição àqueles que tratam os animais como mercadorias descartáveis. O bem-estar animal se reflete na sadia qualidade de vida humana", afirma Gleisi Hoffmann na justificativa de seu projeto.
Direitos dos animais
O projeto do senador Wellington Fagundes tem como objetivo evitar a dor, o sofrimento e os danos desnecessários a animais. O texto proíbe agredir, mutilar e abandonar animais; usá-los em lutas, espetáculos, circos e produções artísticas quando haja risco de lesão; transportar ou comercializar animais de forma cruel; e usar métodos que causem sofrimento no abate de animal destinado ao consumo humano.
O projeto regulamenta ainda o transporte de animais. As caixas ou gaiolas dos veículos devem garantir ventilação entre os espaços vazios. Também é obrigatório o uso de anestesia antes da sangria ou do abate por instrumentos de percussão mecânica ou processamento químico. O texto proíbe o uso da marreta e da picada de bulbo, ferro de dois gumes usado em matadouros.
"O objeto principal é estabelecer normas básicas sobre os direitos dos animais no tocante ao seu bem-estar, além de limitar a exploração, o transporte, o abate, enfim, o seu uso pelo homem e voltado aos interesses do homem", argumenta  Wellington Fagundes.


Texto II

Texto III

Sete métodos de pesquisa alternativa ao uso de animais são reconhecidos no Brasil


A clássica imagem da pesquisa científica feita em uma sala cheia de ratos presos em gaiolas pode ficar desatualizada com o avanço de métodos alternativos. Novas técnicas que, em vez de animais do filo dos cordados, utilizam para testes larvas de insetos ou até mesmo culturas de células criadas em laboratório vêm sendo desenvolvidas ao redor do mundo. No Brasil, mais sete desses métodos foram reconhecidos e deverão substituir definitivamente alguns procedimentos tradicionais para testar a possível agressão de um produto aos olhos, à pele, ao sistema reprodutor e a reação térmica do organismo.
Um dos testes a ser trocado é o que avalia o potencial de irritação e corrosão ocular. Cada novo lote de colírio fabricado, por exemplo, é testado no olho de coelhos ou outra espécie antes de ser comercializado. Agora é feita a mesma avaliação em uma cultura de células, in vitro. Nem sempre, porém, os métodos alternativos substituem totalmente os testes em seres vivos. Alguns deles apenas deixam os experimentos mais precisos, de forma a diminuir o número de seres expostos ao teste.
Como explica a professora Nilza Maria Diniz, especialista em bioética da Universidade Estadual de Londrina e da Sociedade Brasileira de Bioética, a discussão sobre o uso de animais em pesquisas, além de ciência, envolve questões morais e filosóficas. “Qual o interesse de todo mundo? Não ter dor.” A professora defende que isso deve ser um objetivo em relação a não humanos também, mas não vislumbra um cenário em que os animais não sejam mais necessários às pesquisas.
Talvez “quando o mundo estiver todo virtual”, avalia ela, evocando filmes de ficção científica e fazendo um exercício de imaginação. “Sinto que a gente tem uma forma maniqueísta de ver as coisas”, comenta, se referindo a setores da sociedade que defendem o fim imediato das pesquisas com animais e outros que pensam apenas no progresso da ciência.
A discussão, esclarece o professor Marcel Frajblat, do Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, é bastante recente. Vem da década de 70. “Nas aulas eu comparo com a preocupação com o meio ambiente.” Antes disso, praticamente ninguém questionava. Hoje, segundo ele, há uma pressão enorme da sociedade em relação ao sofrimento dos animais usados nos laboratórios. O professor também explica que a grande maioria dos métodos alternativos é teste de segurança, havendo uma infinidade de outros experimentos que ainda não contam com técnicas parecidas.
Além destes sete métodos alternativos reconhecidos recentemente, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (CONCEA) já havia aprovado outras 14 técnicas em 2014. Essas aprovações têm força de lei, e os institutos de pesquisa têm cinco anos para se adequar.
Segundo o Conselho, existem diversos outros métodos, mas que ainda não foram validados. Do ponto de vista do custo, o CONCEA diz que não há grande diferença entre os procedimentos tradicionais e os alternativos já que a manutenção de grandes biotérios com vários animais nas condições ideias para pesquisa é muito cara.

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